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Brasília

Crise: Bares e restaurantes já demitiram cerca de 4 mil

SINDHOBAR e Abrasel afirmam que sem ajuda do governo prejuízo será maior

Lucas Neiva

26/03/2020 6h07

A crise econômica provocada pela pandemia do Coronavírus já trouxe impactos para o mercado de bares e restaurantes no Distrito Federal. De acordo Vice-Presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Luciano Martins, as demissões do setor desde o início da epidemia já chegam perto das 4 mil.

Joel Antônio da Silva, presidente do Sindicato Patronal de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (SINDHOBAR) afirma que o funcionamento dos restaurantes se torna insustentável no período de quarentena. “Como alguém pode manter uma folha de pagamento com o restaurante fechado? Não tem dinheiro”, diz ele. “Não tem como o empregador pagar por seus compromissos, e infelizmente o primeiro da lista a ser demitido são os empregados”.

A longo prazo, Luciano Martins explica que a tendência é que a pandemia traga uma onda de demissões ainda maior no setor. “Como não está tendo atendimento, a maior parte das equipes dos restaurantes foram mandadas nesse primeiro momento para passar férias em casa, quando têm férias para tirar. No segundo momento, quando voltarem das férias, se não houver auxílio do governo essas demissões vão pular de quatro para oito mil com facilidade”.

A esperança do setor está na promessa do Governo Federal em mandar ajuda para o pagamento dos salários dos funcionários. “Estamos aguardando a medida provisória que vai instituir um salário-desemprego. Com isso, podemos inibir o processo de demissão”, conta o presidente do SINDHOBAR. Luciano afirma que, apesar de já haver promessa do governo nesse sentido, a decisão é constantemente adiada. “Estamos negociando isso desde o início da quarentena. A última previsão era que a medida seria instituída hoje, agora já foi prorrogada para amanhã”.

O vice-presidente da Abrasel também alerta que uma inação do Governo Federal na ajuda com o pagamento dos salários de funcionários pode custar até mais caro do que o auxílio. “Ou o governo paga algo agora, nem que eles paguem uma parte dos salários e a gente a outra, ou os restaurantes serão obrigados a mandar todo mundo embora e o governo vai ter que pagar 100% dessa conta no seguro-desemprego. A conta é muito clara”, declara.

A orientação da Abrasel aos donos de restaurantes é que tentem garantir o emprego dos seus funcionários o máximo que puderem. “Estamos estimulando o pessoal a não mandar os funcionários embora. Nosso presidente nacional pediu um prazo até quinta feira para chegar ajuda governamental”. Por parte do SINDHOBAR, Joel Antônio chega a declarar “quem alimenta a população não pode morrer de fome, e esses somos nós”.

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