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Brasília

Coronavírus: “isolamento desacelera contágio”, diz cientista

Pesquisador da UnB diz que atualização rápida dos números de casos ajuda a prever a evolução da pandemia no Distrito Federal

Catarina Lima

27/03/2020 6h22

Coronavírus

“Houve uma desaceleração nos casos aqui devido ao isolamento, que, por isso, precisa ser mantido.” A afirmação é do pesquisador da Universidade Brasília (UnB) Mauro Sanchez. Sanchez é um dos autores da nota técnica que previa para Brasília uma quantidade maior de casos de coronavírus do que São Paulo, proporcionalmente ao número de habitantes.

“O estudo que fizemos é do dia 20 de março. Naquele momento o cenário era de que tivéssemos mais casos que São Paulo, proporcionalmente ao número de habitantes. Hoje isso mudou. As coisas mudam rapidamente”, enfatizou o professor.

Mauro Sanchez disse que além do risco da transmissão individual do coronavírus, há que se observar os números absolutos de pessoas contaminadas, pois esses dados são importantes para preparar o sistema de saúde. “A atualização o mais rápido possível dos dados pelas secretarias e pelo Ministério da Saúde são de grande importância, pois esses números servem para que sejam feitos estudos que tem por objetivo orientar o sistema”, disse o professor.

“Se se mantiver a desaceleração da contaminação de pessoas, o sistema de saúde do DF dará conta de atender os que precisarem de internação, do contrário, não”, prevê o pesquisador.

Segundo Sanchez, quando atingirmos o que ele chamou de “imunidade de rebanho”, quando um número significativo de pessoas tiver contraído o vírus — ele não quis arriscar um percentual de 50% ou 60%, como alguns estudiosos têm feito — haverá uma redução do número de doentes.

Atendimento a pacientes

O governo do Distrito Federal está em ritmo acelerado de preparação para atender os casos de coronavírus que precisam de internação. Já foram abertas sete dispensas de licitação para aquisição de EPIs, testes rápidos, contratação de ambulâncias, aquisição de ventiladores pulmonares, aquisição de vacinas contra influenza, contratação de laboratórios para exames etc. Também foram adquiridos 200 novos respiradores, contratados 50 leitos em UTIs, firmados convênios com os hospitais Sírio Libanês e Maria Auxiliadora, no Gama, para a utilização de leitos de UTI. No Sírio serão disponibilizados 20 leitos e no Maria Auxiliadora não foi especificada a quantidade. Também foram feitas adequações na nova ala pediátrica do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN) para o receber pacientes.

A subsecretaria de Logística da secretaria de Saúde do DF afirmou que está estreitando contato com os gestores dos hospitais para que as demandas emergenciais dessas sejam atendidas com mais agilidade. A subsecretaria também colocou em vigor um novo protocolo para distribuição de EPIs. O controle de estoques é feito semanalmente, para evitar o risco de desabastecimento.

A subsecretaria de Vigilância Sanitária firmou parceria com a Universidade de Brasília (UnB) para ampliar os testes de coronavírus. Deverão ser realizados de 500 a 700 testes por dia. O Lacen passou a funcionar 24 horas para agilizar laudos da covid-19. O objetivo é otimizar os diagnósticos e diminuir o prazo de liberação de resultados.

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