Jéssica Antunes
[email protected]
No sétimo dia, a greve dos caminhoneiros causa medo de colapso no comércio. Nos postos de combustíveis, as filas se formam até com estabelecimentos fechados, na expectativa de reabastecimento. Nos mercados, os consumidores correm para comprar especialmente perecíveis, de mais difícil manutenção nos estoques. Os demais setores estão às moscas. Na véspera de do Dia dos Namorados, entidades falam em prejuízo incalculável.
“A situação é crítica e cada dia se agrava mais. Não imaginávamos que a greve perdurasse muito tempo. Nossa previsão é que teremos um colapso total se ficarem parados por mais dois dias”, afirma Adelmir Santana, presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio). As principais preocupações são com combustíveis e alimentos, com ofertas que minguam a cada hora. “Não sentimos nenhum efeito das questões governamentais”, garante.
“A maior preocupação é com falta de produtos de forma geral. Muitas compras de sapatos e confecções de inverno estão parados a caminho do DF. Empregados não conseguem trabalhar. Todos se prepararam para o Dia dos Namorados, mas está tudo retido. Essas áreas, que movimentam o comércio, não têm público”, emenda Edson de Castro, presidente do Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista).
A normalização do sistema tem prazo indeterminado. Santana e Castro se mostram otimistas, mas dizem que não é possível prever em quanto tempo o comércio voltará à rotina comum. Isso porque o processo precisará ser retomado do zero. A maior dificuldade deve ser na área de laticínios, verduras, vegetais, perecíveis em geral. O presidente da Fecomércio critica a corrida para estocar comida em casa: “prejudica”.
Na manhã deste domingo (27), em reunião do comitê de crise, o governador Rodrigo Rollemberg informou que os secretários de Desenvolvimento Econômico e o da Agricultura farão reuniões setoriais para analisar com os representantes empresariais a situação nas respectivas áreas devido a crise de abastecimentos de produtos e insumos.
