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Ceasa vai transformas resíduos em adubo para agricultura familiar

Maquinário, adquirido pela Seagri, tratará da compostagem de material orgânico despejado em aterro; meio ambiente, desta forma, é resguardado

Redação Jornal de Brasília

17/01/2020 16h26

Foto: Paulo H Carvalho/Agência Brasília

O GDF, por meio da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri), adquiriu um maquinário para tratar da compostagem de resíduos orgânicos na Granja do Ipê, unidade da pasta no Park Way. Pelo menos 300 toneladas de hortifrútis descartados mensalmente pelas Centrais de Abastecimento do Distrito Federal (Ceasa) serão transformadas em adubo destinado gratuitamente à agricultura familiar. 

O impacto econômico, social e ambiental da ação é relevante. Isso porque o adubo da compostagem, fértil e rico em macro e micronutrientes (como carbono e nitrogênio), reforçará a produção de pequenos agricultores do DF, o que contribuirá para aumentar suas rendas. A proposta, futuramente, é engajar a participação de cooperativas no tratamento desse material.

“Para nós que não usamos agrotóxicos será excelente”, avalia a agricultora Cláudia Pires, do assentamento Canaã, em Brazlândia. “O adubo orgânico é riquíssimo e tem tudo que a planta precisa para crescer saudável, sem precisar de remédios químicos e tóxicos”. Beneficiária de outros programas de governo, como o Kit Agrofloresta, ela produz frutas e café orgânicos, que comercializa em feiras e cooperativas. No assentamento, 65 famílias sobrevivem da agricultura.

Chorume

Atualmente, todas as sobras de frutas e legumes, além de materiais secos, como palhas utilizadas na embalagem dos produtos, são descartadas no aterro sanitário. O composto se mistura a outros resíduos e materiais químicos, produzindo chorume (liquido escuro e poluente, originado de um processo biológico) que, por não ser tratado e conter misturas como metais, é nocivo ao meio ambiente.

Ao ser tratado e transformado em adubo, todo esse material volta ao meio ambiente de forma positiva e saudável, fechando um ciclo de produção. Até o chorume, puro e sem contaminação, poderá ser utilizado como um poderoso fertilizante líquido. Todo o material também será aplicado na produção de mudas do Cerrado, cultivadas na Granja do Ipê e usadas na recuperação de áreas ambientais degradadas da agricultura de pequeno porte.

“Qualquer auxílio é uma grande oportunidade para essas famílias e vai ao encontro da proposta do governo do DF de geração de renda e suporte aos produtores menos favorecidos”, afirma o secretário de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, Dilson Resende. Além da secretaria, estão envolvidas nesse trabalho a Ceasa, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) do DF.

O equipamento adquirido pelo GDF faz parte de um processo de compra iniciado em 2012, mas que não tinha avançado e corria o risco de ser perdido. O maquinário, que inclui um trator agrícola de 120 cavalos de potência, um revolvedor (equipamento utilizado na mistura da compostagem) e um caminhão, foi adquirido ao custo de R$ 610.700.

“O que será feito é reciclar toneladas de material orgânico que vieram da natureza e trazer de volta ao meio ambiente, dessa vez de forma positiva”, explica Renato da Silva Lino, chefe de Meio Ambiente da Ceasa-DF.

Após processado, o primeiro ciclo do resíduo orgânico levará cerca de 90 dias para ser transformado em adubo. A partir daí o processo final será semanal. O início da produção depende de uma licença do Instituto Brasília Ambiental (Ibram).

Com informações da Agência Brasília. 

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