Menu
Brasília

Brasiliense sofre com o calor recorde

Termômetros registraram temperatura de 35,7 graus às 16h de ontem, na Ponte Alta do Gama

Marcus Eduardo Pereira

20/09/2019 5h29

100 dias sem chuvas no DFfoto : Vitor Mendoncadata : 10/09/2019

Olavo David Neto
[email protected]

O calor não dá trégua na capital. Ontem, o Distrito Federal registrou o dia mais quente de 2019, com máxima de 35,7ºC registrada no Gama. Além disso, a umidade se manteve abaixo dos 12%. Já são 109 dias sem chuvas no DF, tempo que supera em 26 dias a estiagem de 2018, mas perde em quase dois meses para 1964 – recorde de seca da cidade – quando por 164 dias não choveu na terra de JK.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, que decretou estado de emergência ontem, a temperatura mais alta foi registrada na Ponte Alta do Gama, seguido por Paranoá e Águas Emendadas, com 34,8ºC em ambas. No Plano Piloto, o maior registro foi no Sudoeste, onde os termômetros chegaram a 34,1ºC. Em Brazlândia, a máxima foi de 33,9ºC.

As temperaturas foram acompanhadas de baixa umidade. Em Águas Emendadas e na Ponte Alta do Gama, apenas 10% de umidade relativa do ar foi registrada. Em Brazlândia e no Plano Piloto, o índice não ultrapassou 11%.

O clima deve permanecer quente e seco hoje e até o meio da semana que vem. A boa notícia vinda do Inmet é que há uma “pequena probabilidade de chuva” a partir de quarta-feira (25). Ou seja, teremos muito céu aberto com névoa seca no céu candango até lá.

Ambulantes sofrem

Para quem vende seus produtos debaixo do calor escaldante, alguns cuidados são essenciais. Há quatro anos como comerciante na Rodoviária do Plano Piloto, Cezar Leandro tem que molhar as frutas que carrega num carrinho de mão. “Se deixar, estraga rápido. O morango está derretendo muito nesse calor, mesmo na sombra”, comenta o vendedor, que teve prejuízos de até R$ 400 apenas num dia. Mas não só a mercadoria corre risco com as temperaturas altas. “Tem que molhar a cabeça 24h. Se não, é capaz até de desmaiar”, comenta.

Mesmo parado, Massamba Touré nunca sofreu tanto com o sol quente desde que chegou à capital, há cinco anos. “Este ano, está mais quente, provavelmente hoje é o mais quente também”, desabafa. O haitiano comenta que até os relógios e óculos que vende precisam de cuidados. “Às vezes, queimam os relógios, tem que tampar. Meio-dia principalmente, que é mais calor”, diz o comerciante.

Para quem vende produtos eletrônicos, como Solene Maria, qualquer sombra é válida e o calor ajuda a espantar até a fiscalização. “Quando o rapa vem todo mundo corre mesmo, não tem problema”, lembra a vendedora. No fim, as temperaturas viraram aliadas. “Esses dias não tem aperto da fiscalização, acho que por causa do sol. Não dá pra reclamar”, lembra a comerciante. Se for por isso, o sol pode continuar a castigar. “Está bom pra nós, que continue o calor”.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado