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Brasília

Bares e restaurantes do DF estão esvaziados e faltam alimentos no atacado

Arquivo Geral

29/05/2018 21h26

Myke Sena / Jornal de Brasilia.

Rafaella Panceri
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Empresários do setor de alimentos têm prejuízo diário de 20% devido à greve dos caminhoneiros. O Sindicato dos Atacadistas do Distrito Federal reconhece a falta de produtos perecíveis em todo tipo de estabelecimento, mas garante que os grandes atacados estão bem abastecidos com os produtos usuais.

Na Central de Abastecimento do DF (Ceasa-DF), houve melhora no cenário: chegou mercadoria de outros estados, porém em pequenas quantidades e com valor 33% mais caro. Supermercados reclamam da falta de pão de forma e limão e atestam a alta no preço de produtos como banana prata e batata inglesa— impacto também sentido na Ceasa.

Produtos caros

Em um supermercado do Cruzeiro, era comum ver até 40 variedades de pão de forma. Atualmente, as gôndolas têm apenas uma marca. “Os outros fornecedores estão presos em estradas de Minas Gerais e São Paulo”, afirma o gerente Givanildo de Aguiar.

Ele conta que a loja recebe oito toneladas de laranja e cinco de mamão por semana. Desde a última terça-feira (22), o carregamento de cada produto não atingiu uma tonelada sequer. “Isso encarece em 100%”, lamenta.

A banana prata teve de ser negociada com outro fornecedor, de Minas Gerais. “Chegou aqui verde, de baixa qualidade e R$ 3 mais cara. A batata inglesa está R$ 4 mais cara. O limão está em falta desde sexta-feira”, conta. Cortes de frango refrigerado chegam com atraso. “Depende da liberação das carretas nas estradas”, detalha o gerente.

Em outro supermercado, no Sudoeste, o subgerente também reclama da falta de limão e da baixa variedade nas gôndolas do pão de forma, mas considera o nível dos estoques dentro da normalidade.

Prejuízo no bar
Os efeitos da greve também chegaram ao entretenimento. Bares e restaurantes perderam R$ 80 milhões — baixa de 40% no faturamento, de acordo com o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Rodrigo Freire. O levantamento foi feito em 200 lojas da cidade entre sexta-feira (25) e segunda (28).

Myke Sena / Jornal de Brasilia.

“Algumas franquias deixaram de receber produtos de outros estados e fecharam no fim de semana”, exemplifica Freire. Ele conta que 70% dos estabelecimentos decidiram fechar as portas no último sábado, para evitar mais prejuízo.

A Abrasel estima que, em duas semanas, o movimento volte ao normal e os clientes estejam menos “alarmados”. “As pessoas deixaram de sair de casa e fizeram o estritamente necessário, gerando a queda no consumo”, avalia o presidente. “Pedimos tranquilidade para reverter esse efeito desastroso no entretenimento de Brasília”.

Eventos cancelados
Os hotéis da cidade tiveram 5 mil reservas canceladas entre a última sexta-feira e esta terça (29) — o correspondente a 30% da ocupação dos leitos. O prejuízo total na cadeia produtiva do turismo chegou a R$ 200 milhões. Segundo a presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do DF, Adriana pinto, eventos que ocorreriam dentro de hotéis também foram remarcados neste fim de semana.

“A falta de voos e a insegurança dos visitantes em chegar e sair da cidade foram as principais causas”, analisa. “Não faltou leito, enxoval nem comida. Faltou gente”, pontua. A expectativa da associação é que o setor volte a ter movimento após o feriado de Corpus Christi, no próximo dia 31. “É normal que os hotéis fiquem mais vazios aos finais de semana, em Brasília. Depois disso, esperamos que a situação normalize e que os eventos sejam remarcados”, conclui.

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