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Brasília

Artista de Brasília diz ter sido vítima de agressão policial

Nas redes sociais, Pedro Sangeon, autor do personagem Gurulino, disse ter sofrido com a truculência de policiais civis e militares em junho

Redação Jornal de Brasília

01/09/2020 16h13

Tatiana Py Dutra
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A Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa está acompanhando uma denúncia de abuso cometido por policiais civis e militares contra o grafiteiro Pedro Sangeon, autor do personagem Gurulino (que foi tema de reportagem no Jornal de Brasília na última segunda-feira), e outros artistas.

O artista usou suas redes sociais para denunciar uma abordagem truculenta ocorrida na manhã de 28 de junho, no Lago Norte. Segundo Pedro, ele e outros dois artistas grafitavam na região do Polo Verde, por volta das 8h, quando foram parados e detidos por uma guarnição da Polícia Militar.

https://www.instagram.com/p/CEjuSaPj_XE/

“Não pude nem sequer dizer o meu nome. Fui agredido verbalmente e com truculência física. Não pude falar, pegaram meus documentos, tomaram meu celular, tiraram a identificação do uniforme”, diz um trecho do relato.

Em seguida, os três foram levados para a Delegacia de Polícia Civil do Paranoá, onde foram autuados por pichação. Conforme a corporação, os artistas preencheram termo circunstanciado pelo delito de pichação, tiveram tintas e pincéis apreendidos e foram liberados. Porém, na versão de Pedro, ele foi levado a uma cela, “algemado a uma barra de ferro, obrigado a ficar sem roupa e fazendo flexões”, enquanto os policiais riam e xingavam o artista.

“Isso durou mais de 4 horas na cela, em uma delegacia do Paranoá, sem que nenhuma pessoa, amigos ou familiares soubessem do meu paradeiro”, descreve.

A Secretaria de Cultura lamentou o fato e acrescentou que o grafite é uma arte incentivada pelo GDF. A Polícia Civil informou que vai ouvir os envolvidos para apurar as denúncias. Já a PM informou que pichação é contravenção penal, e a legislação pode punir infratores com até 3 anos de detenção. Em mensagem a reportagem, o Centro de Comunicação Social da PMDF informou que “se o autor se sentiu prejudicado em razão de abordagem policial, ele pode acionar a Corregedoria da PMDF para apuração dos fatos”.

A Corregedoria foi acionada pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Procurado pelo Jornal de Brasília, Pedro Sangeon, não retornou o contato.

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