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Brasília

Adolescente suspeito de esfaquear estudante na rodoviária muda versão do crime em depoimento

Arquivo Geral

29/01/2019 21h01

Estudante universitário, Milton Junio, que foi morto após levar uma facada na Rodoviária do Plano Piloto. Foto: Reprodução / Facebook

João Paulo Mariano
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O adolescente de 17 anos acusado de ter esfaqueado o estudante universitário Milton Jùnio Rodrigues de Souza, 19, na rodoviária do Plano Piloto, deu uma nova versão para os fatos. Ele foi apreendido nesta tarde tarde (29) pela Delegacia da Criança e do Adolescente I (DCA I). No depoimento, o rapaz apresentou uma versão diferente do que se conhecia e disse que a autoria da facada é do artesão Adriano Ferreira dos Santos, de 34 anos, que foi preso no dia 16 deste mês.

O delegado-chefe da DCA I, Vicente Parahiba, explica que essa versão foi dada durante o depoimento ocorrido hoje. Porém, o investigador refuta esse posicionamento. “Ele fala que participou da confusão, mas quem desferiu a facada teria sido o maior de idade. Porém, a versão do maior foi corroborada pelas testemunhas que viram a situação. Eles já tinham dito que a culpa era do menor”, diz.

O menor já havia sido identificado

Logo após o crime ocorrido no último dia 15 deste mês, a Polícia Civil havia descoberto que, além do artesão Adriano, o adolescente também estava envolvido na confusão. Com a identidade dele em mãos e as provas colhidas durante o processo, o delegado pediu o indiciamento dele por ato análogo a homicídio e a internação provisória. A Justiça deferiu o pedido.

Hoje a tarde, integrantes da DCA I foram à Planaltina de Goiás e apreenderam o adolescente na casa de parentes. O menor vai ser apresentado à Justiça que deve definir por quanto tempo ele vai ficar provisoriamente internado até decidir qual será a pena dele pela infração cometida.

O delegado lembra que o adolescente já tem passagens pela polícia por porte e tráfico de drogas, além de furto e roubo. “Ele alega que trabalha na rodoviária vendendo balinhas e pedindo doações. No dia do fato, outros familiares dele estavam na rodoviária, mas dormindo”, complementa. Um dos irmãos do adolescente apreendido foi preso, dois dias após o crime, por roubo na rodoviária. Para a Polícia Civil, a investigação é considerada encerrada.

Crime na área central

À época do crime, o delegado da 5ª DP, responsável pela investigação, Gleyson Gomes Mascarenhas, relatou que enquanto esperava o transporte, os amigos foram comprar lanche. Nesse momento, foram abordados pelo agressor, que pediu isqueiro a um dos amigos de Milton.

“Adriano se aproximou deles e pediu um isqueiro, que um dos amigos emprestou. Depois disso, ele pediu um gole da cerveja da vítima, que não quis dar. Então, o amigo pediu o isqueiro de volta e ele disse que não devolveria. Foi aí que a vítima discutiu com ele, quebrou a garrafa de cerveja no chão e foi ao banheiro, mas não o ameaçou”, narra o investigador.

Segundo o delegado, foi após este momento que o outro autor apareceu para agredir o estudante. “O adolescente chegou e perguntou se o Adriano queria bater nele e ele confirmou. Então, o menor sacou uma faca que estava na manga da blusa e correu atrás dele para o banheiro”, relatou. No local, ambos agrediram Milton e o adolescente o assassinou com uma facada no peito. Em relação aos amigos da vítima, o delegado conta que um deles estava no banheiro durante o ocorrido e que outro presenciou o momento da agressão, mas correu para procurar ajuda.

Sofrimento

O enterro do jovem, ocorrido no dia 16 de janeiro deste ano, foi marcado por pedidos de justiça e pelo sofrimento de familiares. “Meu filho não. Acorda, meu bem”. Aos gritos, Vera Lúcia Rodrigues, 41 anos, caminhou ao lado do caixão do filho de 19 anos e o enterrou. A cerimônia foi no cemitério do Gama. 

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