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Brasília

Violência no trânsito: DF apresenta aumento de 25% nos casos

Para especialistas, fatores como álcool, excesso de velocidade e intolerância são fortes indicadores desse aumento

Mayra Dias

12/09/2022 18h39

Imagem: Getty Images/iStockphoto

Neste primeiro semestre de 2022, o DF apresentou um aumento de 25% nos casos de violência no trânsito quando comparado com o mesmo período do ano passado. De acordo com especialistas, o que explica esse número seria a falta de atenção das autoridades com relação a esse tema.

Álcool e excesso de velocidade são os dois principais fatores relacionados à alta. “Se a gente controlasse bem esses dois pontos, haveria uma redução de mais da metade das mortes envolvendo o trânsito”. Ressalta o professor e especialista em trânsito Walter Severo. Vale ressaltar, contudo, que esse aumento pode estar ligado à retomada das atividades pós pandemia, o que levou mais pessoas para as ruas.

De acordo com o Walter, falta educação e sensibilização com relação ao assunto. “Quando o assunto é pequenas obras de engenharia, semáforos, o DF está décadas atrasado”, acrescentou o profissional. “Temos uma engenharia rústica quando comparado com o que está acontecendo mundo afora para evitar congestionamentos e melhorar a fluidez e segurança”, complementa.

Segundo Luango Ahualli, professor de Engenharia Civil do CEUB, não é apenas a engenharia da capital que é rudimentar. “A visão das pessoas da aplicação dessa engenharia como prevenção, principalmente do controle de velocidade”, afirma. Segundo o professor, o aumento é abrupto, e reflete a soma da retomada das atividades e a imprudência no trânsito.

Há um fator, no entanto, que também implica nesses números. A intolerância no trânsito, nos últimos tempos, tem se mostrado cada vez mais frequentes, tanto entre os próprios condutores quanto entre os pedestres. As famosas “buzinadas” relacionadas a falta de paciência é um dos indicadores desse ponto. “Não há um dia sequer que eu não receba um farol alto ou um grito pela janela relacionado à velocidade com que dirijo”, brinca a autônoma Tatiane Moreira. “Dirijo na velocidade da via, sem pressa, mas parece que as pessoas estão sempre correndo, com pressa, e não respeitam quem está na sua frente. Sempre buzinam, reclamam. É muito difícil conseguir a vez em um retorno, por exemplo. É um desafio”, comenta a moradora de Planaltina.

Se olharmos bem os noticiários, tem aumentado muito o número de agressões, de pessoas que chegam a descer do carro para brigar com outro motorista. “Isso também é um sintoma bastante robusto de que tem aumentado a intolerância”, comenta Walter. Para amenizar isso, de acordo com o docente, é preciso reavaliar esses comportamentos e ser mais gentil com quem divide a estrada com você. É uma questão de humanidade”, completou.

Também para Luango, a arma mais eficaz contra esse aumento é a educação. “As campanhas contra violência no trânsito seriam o princípio mais adequado por parte das autoridades”, finaliza o especialista.

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