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Brasília

Vandalismo! Você paga essa conta

Paredes pichadas, forte cheiro de urina, pouca iluminação, azulejo e piso arrancados. Essa é a realidade de algumas passagens subterrâneas

Redação Jornal de Brasília

07/06/2024 9h50

Foto: Luis Nova / Jornal de Brasília

Por Luís Nova
redacao@grupojbr.com

Não passou nem um ano da reforma das passagens subterrâneas da Asa Norte e elas já estão depredadas. O Jornal de Brasília percorreu as passarelas da Asa Norte e se deparou com uma cena lamentável, a maioria estão pichadas, com forte cheiro de urina e com a pouca iluminação. Em alguns pontos, até o azulejo e o piso foram arrancados.

Em setembro do ano passado, o Governo do Distrito Federal entregou algumas passarelas reformadas, pintadas e prontas para o uso, com um custo aproximado de mais de 200 mil reais. Já em 2022, o GDF investiu de mais de dois milhões de reais para a manutenção das passarelas subterrâneas.

Quem decide atravessar o Eixão a pé, tem duas opções: por cima ou pelas passagens subterrâneas. Ou a pessoa se arrisca entre os carros que trafegam com uma velocidade média de 80 km/h ou se arrisca ao cruzar o vale da sombra e da morte, como uma pessoa que passou pelo caminho falou a reportagem.

De acordo com o engenheiro Rodrigo Alves Souza, de 51 anos, todo ano o governo arruma a passarela e sempre tem alguém para quebrar. O engenheiro ainda diz que pede para as filhas evitarem passar pela passagem, principalmente a noite, pois sempre tem muito usuários de drogas.

“Eu passo por aqui todos os dias para ir para a academia, mas a minha mulher vai de carro. Aqui a noite é muito perigoso e ainda tem gente que quebra as lâmpadas. O governo precisa fazer uma campanha de conscientização. Todo ano ele arruma e toda hora alguém quebra”, critica o engenheiro.

Foto: Luis Nova / Jornal de Brasília

O autônomo Flávio Vinicius Matos, de 38 anos, usa sua bicicleta todos os dias para entregar seus produtos pela Asa Norte. O empreendedor disse que nem sempre arrisca entrar na passarela, pois considera um perigo. “A passarela é muito acessível, mas ao mesmo tempo é perigosa. A pouca luz traz a sensação de perigo. Algumas vezes me arrisco em usar elas, mas sempre durante o dia”, relata Flávio.

Medo de Estupro

A diarista e vendedora, Rejane Campos, de 45 anos, costumava vender lanche nas passarelas, mas após uma doença, precisou do benefício da previdência social e suspendeu as atividades comerciais. Ao cruzar a passarela, Rejane tem medo de ser mais uma vítima de crimes sexuais. “Me preocupo em ser estuprada aqui. A noite eu não passo! É muito escuro. Não tenho como me defender. A nossa defesa é Deus!”, desabafa.

O Governo do Distrito Federal informou que frequentemente realiza reparos nas passagens subterrâneas. Inclusive, durante a reportagem, uma equipe do governo pintava a parte externa da passarela da 103N.

A Companhia Elétrica de Brasília (CEB), responsável pela iluminação pública, informou que frequentemente checa a iluminação das passagens subterrâneas, mas elas são frequentemente vandalizadas. Ainda segundo a pasta, a população pode indicar diretamente para CEB onde estão as áreas sem iluminação. “Recomendamos que a população sempre abra um chamado nos nossos canais de atendimento quando ver uma iluminação pública com defeito”, conclui a CEB.

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