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Brasília

Tem mais gente morando sozinha no DF

Em 2022, cerca de 195 mil brasilienses viviam sós. O número representa aumento de 41,3% em relação aos 138 mil nesta condição em 2021.

Vítor Mendonça

20/06/2023 5h47

Imagem: Reprodução/Web

A nova Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que, em 2022, o Distrito Federal teve um salto expressivo de 41,3% na quantidade de pessoas morando sozinhas em relação a 2021. Enquanto em 2021 eram 138 mil brasilienses vivendo sós, no ano passado foram 195 mil pessoas nesta condição de moradia, crescendo cerca de 57 mil cidadãos. 

A porcentagem de aumento é maior que a média nacional. De um total de 74,1 milhões de domicílios no país, 15,9% (ou 11,8 milhões) tinham apenas um morador em 2022. Tanto no Brasil quanto no DF, esta é a maior quantidade de indivíduos nas chamadas unidades domésticas unipessoais dentro da série histórica, iniciada em 2012. Os lares com apenas uma pessoa na capital representam cerca de 18,2% do total de domicílios no DF. 

Até a pesquisa mais recente, divulgada na última sexta-feira (16), o maior aumento de moradores únicos por domicílio entre os anos havia sido entre 2016 e 2017, quando mais 26 mil pessoas passaram a morar só. A queda entre 2018 e 2019, porém, havia sido maior, com diminuição de 31 mil pessoas. 

Segundo o IBGE, a maior parte é de homens (111 mil), compondo cerca de 56,9% do total de pessoas que moram sozinhas no DF. As mulheres representam 84 mil domicílios (aproximadamente 43,1% do total). Também na série histórica, a quantidade de homens morando sozinhos era prevalente, com exceção de 2017, quando 91 mil mulheres superaram os 89 mil homens em um único lar. 

Maria Lúcia Carvalho, de 65 anos, é aposentada e mora sozinha em Águas Claras. A rotina dos dias morando apenas ela em um domicílio acontece desde 2013, quando o último dos três filhos saiu de casa. Viúva aos 31, ela se dedicou ao longo dos anos ao cuidado da família e da casa, mas nunca se sentiu sozinha durante o tempo em que mora só. Conforme contou à reportagem, a rotina cheia de atividades ajuda a manter uma vida social ativa. 

Imagem: Arquivo Pessoal

“Eu gosto muito de ir à igreja, costumo ir para a casa de algumas amigas de lá para conversar, marcar passeios”, destacou. “Nao gosto de depender de ninguém, nem dos filhos. Eu ando bastante a pé, de ônibus, de metrô. Acostumei a andar assim”, completou. “Até hoje, o que me preenche muito é a igreja. Nunca tive problemas de solidão, de me sentir só ou abandonada.” 

Segundo a aposentada, ela nunca quis morar com outras pessoas ou com os filhos onde estão. Uma vez que gosta de fazer a própria programação ao longo dos dias, manter-se dessa forma significa mais liberdade para marcar compromissos e fazer passeios, sem ficar presa a ninguém. “Tem gente que sofre mais, mas eu creio e peço a Deus que me dê saúde e discernimento para levar a vida assim tranquila, com as minhas atividades”, finalizou.

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