Saiu ontem o edital oficial do Superior Tribunal de Justiça (STJ), com salário inicial de R$ 12,455,30. As vagas são destinadas, exclusivamente, para formação de cadastro reserva para cargos de analista judiciário. A banca organizadora do certame será o Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe).
Para o professor de direito constitucional do Gran Cursos, Aragonê Fernandes, mesmo com apenas vagas para cadastro reserva, a expectativa é que ocorra muitas convocações no certame. De acordo com STJ, no último concurso realizado em 2018, foram ofertadas apenas cinco vagas imediatas, mesmo assim foram convocados 1.169 candidatos, dos 1.725 que foram aprovados. No total, o concurso recebeu 66.612 inscritos, e teve 18.006 ausentes, o que representa uma abstenção de 27%.
“Serão muitas convocações. O candidato tem dois marcadores bastante seguros para entender que serão convocados muitos aprovados. O primeiro é o histórico de nomeações, em especial, para o cargo de analista da área judiciária, destinado à turma do Direito. O segundo é o número de provas discursivas a serem corrigidas. Os três grandes grupos que terão mais aprovados são da área do Direito, da TI e para os analistas da área administrativa, cargo aberto para qualquer pessoa com bacharelado, licenciatura ou até mesmo tecnólogo”, comentou Fernandes.
Na visão do professor, o número de inscrições não será baixo pelo fato de ter apenas vagas para cadastro reserva: “Os candidatos já se acostumaram ao fato de os últimos concursos terem saído ou com poucas vagas ou somente com cadastro de reserva. Veja o exemplo do Eleitoral Unificado, que abrange praticamente todo o país e trouxe número reduzido de vagas imediatas, mesmo sendo de conhecimento geral que chamará muita gente”, explicou.
A concurseira Fernanda Maria, 33 anos, é formada em Direito e pretende concorrer a uma das vagas do concurso do STJ. O fato de ter apenas cadastro reserva não impediu a decisão: “Não é incomum o edital apresentar apenas cadastro de reserva ou poucas vagas, porém, sabemos que na realidade os órgãos públicos sempre acabam chamando aprovados a depender de sua necessidade. Mesmo que chamem poucas pessoas, o que vale é o esforço do candidato, uma vez sendo bem colocado na pontuação da prova sempre haverá uma chance de ser convocado até o vencimento do concurso”, disse.
Fernanda pretende se preparar por meio de materiais em PDF, revisões e realizando questões da banca: “Como irei fazer o concurso para o cargo de Analista Judiciário – Área Judiciária, também irei acompanhar a jurisprudência do STJ e do STF, por meio de informativos comentados e súmulas. É muito difícil conciliar editais, porém, tendo em vista algumas matérias em comum para o cargo que escolhi concorrer, tentarei conciliar para o mesmo cargo do concurso do TRF 1º Região, o qual realizará a prova em setembro”.
Vagas
São ofertadas vagas para cadastro reserva nas áreas administrativa (formação em qualquer curso superior), judiciária (formação em direito) e de apoio especializado (formação em análise de sistemas de informação; arquitetura; biblioteconomia; comunicação social; contadoria; enfermagem; engenharia civil, elétrica e mecânica; medicina, nos ramos de cardiologia, clínica geral e ortopedia; odontologia; pedagogia; psicologia e suporte em tecnologia da informação). Conforme informações do edital, haverá reserva de vagas observando as cotas obrigatórias estabelecidas na legislação.
O período de inscrição e de solicitação de isenção da taxa de inscrição do certame será de 30 de agosto a 20 de setembro, por meio do site do Cebraspe (www.cebraspe.org.br/concursos/stj_24). O valor da inscrição é R$ 120,00. As provas estão previstas para ocorrerem no dia 1º de dezembro. O concurso será realizado no Distrito Federal, em etapa única de caráter eliminatório e classificatório, com provas objetivas e discursivas para todos os cargos, além de teste de aptidão física (TAF) específico para os candidatos ao cargo de analista judiciário na especialidade inspetor da polícia judicial.
Convocação
O professor Fernandes, explicou ao Jornal de Brasília, que o candidato deve ter em mente que fará concurso para o Poder Judiciário da União, sendo assim, nada impede que ele seja convocado para trabalhar em outro tribunal federal, como o Tribunal Superior do Trabalho (TST), Tribunal Regional Federal (TRF), Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) e entre outros.
Para quem vai tentar conciliar o concurso do STJ com outro certame, o ideal é optar pelos concursos do Ministério Público da União (MPU) e Superior Tribunal Militar (STM). “Há uma grande ansiedade entre os concurseiros em tentar conciliar o estudo de concursos diferentes. Pensando no STJ, entendo ser plenamente conciliável com MPU e com o STM, concursos que terão os editais lançados em breve. Conciliar com o Eleitoral Unificado, do TSE, já fica um pouco mais complicado, pois há apenas uma semana de diferença entre as provas”.
Dicas de estudo
As dicas de estudo para o concurso do STJ do professor Fernandes são: aposte em quatro pilares, sem deixar de lado nenhum deles: teoria, que pode ser consumida por meio de videoaulas ou materiais escritos; resolução exaustiva de questões da banca Cebraspe; leitura da legislação referente ao concurso; e acompanhamento da jurisprudência, dica especialmente destinada à turma que vai tentar o cargo de analista da área jurídica. Nesse ponto, atente-se aos Informativos de Jurisprudência do STF e do STJ.
“Fui servidor do STJ durante 12 anos de minha vida. Lá é diferente de qualquer outro lugar em que trabalhei. O servidor é muito valorizado e encontrará excelente clima organizacional. Vale a pena se dedicar intensamente para garantir uma das vagas em disputa. Faça um preparatório de qualidade, pois isso pode encurtar seu caminho até a aprovação”, completou Fernandes.