O Serviço de Limpeza Urbana (SLU) realizou, pela primeira vez, a doação de 20 mil toneladas de Composto Orgânico de Lixo (COL) em um ano. Em 2020 foram doadas para pequenos produtores rurais mais de 21 mil toneladas do material, o que representa um aumento superior a 25% em relação a 2019, quando foram doadas cerca de 15 mil toneladas.
O Composto Orgânico de Lixo (COL), um dos melhores compostos originários de resíduos sólidos da América Latina, é obtido pela compostagem dos resíduos orgânicos domiciliares da coleta convencional e pode ser utilizado em diversos tipos de culturas e em jardins.
Ele é produzido nas Usinas de Tratamento Mecânico Biológico do SLU instaladas no Setor P Sul, em Ceilândia, e na Avenida L4 Sul, na Asa Sul. Produtores rurais do DF e dos municípios que compõem a Ride têm direito a cota de 90 toneladas/ano, com demanda comprovada por recomendação técnica da Emater-DF.
Um dos locais mais beneficiados pelas doações é o Núcleo Rural Boa Esperança, localizado em Ceilândia, próximo a Usina do P Sul. O Presidente da Associação de Produtores Rurais do local, João Miranda Filho, conta que no ano passado o núcleo rural recebeu quase 400 remessas do composto orgânico.
“Esse composto vem ajudando muito os produtores. Ele é tão importante aqui que os agricultores o chamam de “ouro preto”. É usado para produzir uma grande variedade de alimentos, como milho, quiabo, jiló e pimenta de cheiro. A qualidade do composto do SLU vem melhorando constantemente. Poder usar gratuitamente esse material é uma satisfação enorme para nós”, afirma.
A associação que Miranda, como é conhecido, preside tem quase 450 produtores associados. Além da qualidade do composto orgânico, ele exalta o atendimento da equipe do SLU lotada na Usina do P Sul. “Sempre fomos muito bem atendidos. Todo o pessoal da usina nos atende de uma forma diferente, com uma abordagem muito humana mesmo. Eles entendem o quanto essas doações mudam a vida do pequeno produtor”.
O Gerente das Usinas de Tratamento Mecânico Biológico, Ailton Rocha, atribui o aumento nas doações a dois fatores principais: maior disponibilidade de material orgânico nas usinas e parceria com as Administrações Regionais.
“Nunca tínhamos atingido esse número. A disponibilidade de resíduos aumentou, então pudemos tratá-los e produzir mais composto. Muitos agricultores não conseguem pagar o frete para transportar o material, então as Administrações Regionais, especialmente as da região, disponibilizaram veículos e transporte gratuito para os produtores. Isso ajudou bastante”, destaca.
Como solicitar
A solicitação pode ser feita diretamente na Tesouraria, localizada na sede do SLU: SCS Qd. 08 ed. Venâncio Shopping, Bloco B-50, 6º andar. É necessário que os produtores apresentem duas vias da recomendação técnica emitida pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater/DF), mediante apresentação da Declaração de Aptidão ao PRONAF – DAP ou carteirinha de produtor rural familiar em validade.
O interessado terá o prazo de até 90 (noventa) dias, a contar da data de compra ou doação, para retirar o composto orgânico, conforme o Decreto nº 35.166, de 14 de fevereiro de 2014.
Endereço para retirada do composto: QNP 28, Área Especial, s/n, Setor P Sul. (Telefone: 3376-1043).
Para informações adicionais, acesse: http://www.slu.df.gov.br/compostagem/
Usinas de Tratamento Mecânico Biológico
As Usinas de Tratamento Mecânico-Biológico do SLU são utilizadas para separar resíduos domiciliares convencionais de composto orgânico, materiais recicláveis e rejeitos. A usina da Asa Sul (UTMB – Asa Sul) foi construída em 1964 e foi a primeira do Brasil. Atualmente, nela ocorre a triagem dos resíduos domiciliares e os materiais recicláveis são selecionados por cooperativas de catadores.
Os resíduos remanescentes são separados em composto orgânico cru e rejeito. Essa usina trata cerca de 6 mil toneladas de resíduos por mês. Até setembro de 2020, produziu mais de 18 mil toneladas de composto orgânico.
A usina do P Sul (UTMB – Ceilândia), instalada na região administrativa de Ceilândia, foi construída em 1986. Além da triagem dos resíduos domiciliares, ela produz composto orgânico dos resíduos da coleta convencional de boa parte da região e também do que recebe da Usina da Asa Sul. O material orgânico é separado e organizado em grandes leiras de compostagem para o processo de maturação.
Ao final de 120 dias, o composto é peneirado e doado. A usina trata cerca de 13 mil toneladas de resíduos por mês. Até setembro de 2020, produziu mais de 28 mil toneladas de composto orgânico.
Com informações da Agência Brasília