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Brasília

Quedas representam 30% dos acidentes de trabalho no DF

Em 10 anos, desde 2012, as quedas do mesmo nível de altura representam 17,1% dos casos de agentes causadores dos acidentes de trabalho

Vítor Mendonça

10/05/2024 0h30

Reprodução/Banco de Imagens

Três em cada dez acidentes de trabalho no Distrito Federal são de quedas. Os dados são da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que levantou 1.997 casos de quedas – de altura ou de mesmo nível – em 2022 na capital, representando aproximadamente 30,4% do total de casos de acidente laboral no DF no mesmo ano, sendo 6.570 ocorrências.

Em 10 anos, desde 2012, as quedas do mesmo nível de altura representam 17,1% dos casos de agentes causadores dos acidentes de trabalho. As quedas de altura representam 8,17% das ocorrências no mesmo período e, somadas as estatísticas, os tipos de acidentes expressam em torno de 26,5% do total de 63.289 ocorrências no trabalho registradas pela OIT entre 2012 e 2022.

As ocupações que mais se acidentam, não necessariamente em razão de quedas, mas envolvendo outros tipos de ocorrências, são as de técnicos de enfermagem (7%), faxineiros (4,79%) e serventes de obra (3,78%). Dentro da construção civil, os acidentes por agentes químicos e por máquinas e equipamentos também são expressivos, representando 21,4% e 15,4% das ocorrências, respectivamente.

Ainda em 2022, 74,8% (3.591 casos) dos acidentes de trabalho foram considerados graves. De acordo com o Protocolo de Notificação de Acidentes do Trabalho do Ministério da Saúde, três tipos principais de ocorrências são classificadas como graves entre os acidentes: aqueles cujas lesões provocadas resultam em amputações totais ou parciais de membros; aqueles em que há sequelas permanentes ao trabalhador; e aqueles que resultam em incapacidade total temporária para o trabalho com duração superior a 30 dias.

Dados como esses expressam a necessidade de cada vez mais reforçar a importância da segurança do trabalho e de seguir protocolos que garantem a integridade física do trabalhador. De acordo com Ricardo Andrade Pereira, gerente de operações do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-DF), um dos órgãos que trabalha pela prevenção aos acidentes, é essencial que haja consciência sobre a questão em todos os tipos de função, especialmente os ligados à indústria.

Segundo ele, a Federação das Indústrias (FIBRA-DF) reúne tanto o Serviço Social da Indústria (Sesi) quanto o Senai para trabalhar com cursos de segurança do trabalho. Enquanto o primeiro é focado em cursos rápidos voltados para as normas regulamentadoras e treinamentos rápidos como os de trabalho em altura e o de operador de empilhadeira, com uso de Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs), o Senai foca em cursos mais longos, com 1.200 horas – aproximadamente um ano e meio de aulas.

Anualmente, os cursos do Senai formam em média entre 150 a 200 técnicos de segurança do trabalho, título dado após a formatura dos alunos. Com o curso, os técnicos recebem habilitação para promover ações de prevenção aos acidentes. Eles interpretam as normas de cada trabalho e analisam os graus de risco de determinadas funções em cada empresa. Após, recomendam alterações ou reforços para manter o ambiente laboral seguro.

“O Sesi oferece assessoria às empresas, com programas de gerenciamento de risco, de controle de saúde ocupacional. O que nós observamos é que a diferença está no engajamento de todos os colaboradores de uma empresa. Quando chega um especialista na empresa, ele reconhece todo o ambiente, todos os setores, todos os riscos inerentes a todas as funções ali exercidas”, destacou.

A partir do trabalho da assessoria dentro da empresa, desde o gestor até os colaboradores, a intenção é que todos tenham a segurança do trabalho como prioridade, conforme explicou. “Eles não estão cuidando apenas de si, mas também do colega. A segurança também depende do outro. Não se pode contar com a sorte. É preciso seguir à risca tudo aquilo que o especialista e o programa destaca e detalha para a função. O principal é trabalhar na prevenção”, reforçou.

Depois que um acidente ou uma fatalidade acontece, contornar a situação é a pior parte, segundo Ricardo. A empresa e o ambiente de trabalho passarão por perícia a fim de entender os responsáveis ou as circunstâncias que levaram ao acidente, entre outros aspectos. Portanto, o foco é sempre trabalhar na prevenção.

Em boa parte dos casos, os acidentes de trabalho acontecem em ambientes laborais não verificados ou não regulamentados com alvará de funcionamento ou outros aspectos irregulares. Uma vez que deve haver também um orçamento separado para a segurança dos trabalhadores e no investimento de EPIs, em condições divergentes, a seguridade dos funcionários não é tratada como prioridade e, portanto, os acidentes são mais prováveis de acontecerem.

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