Outubro pode ter chegado ao fim, mas as ações de conscientização e incentivo ao diagnóstico precoce do câncer de mama seguem durante todo o ano no Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF). Entre as iniciativas, o Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) oferece um projeto que alia prevenção, cuidado e acolhimento: o Rosa Solidário.
Localizado no jardim do maior hospital público do Centro-Oeste, o salão funciona de forma gratuita para pacientes e doadores de cabelo. Cada corte tem um propósito especial: as madeixas arrecadadas são transformadas em perucas confeccionadas pelas voluntárias da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Brasília, que atua desde 1996 oferecendo suporte emocional e social a pacientes oncológicos do HBDF.
A coordenadora do salão, Maura Costa, voluntária há mais de oito anos, explica que o projeto nasceu para elevar a autoestima de mulheres em tratamento contra o câncer. “A queda do cabelo durante a quimioterapia é um dos momentos mais difíceis para muitas pacientes. Nosso trabalho é mostrar que elas continuam lindas, fortes e femininas. Aqui, cada corte é um gesto de solidariedade e cada peruca devolve um sorriso”, afirma.
O Rosa Solidário atende tanto pacientes internadas quanto pessoas que desejam doar cabelos. Entre as voluntárias está Tânia Alves, que dedica mais de 11 anos à causa. Ela relata que encontrou na Rede Feminina um novo propósito após perder o pai. “Aprendi a confeccionar perucas e nunca mais parei”, conta.
Pacientes também compartilham o impacto do projeto. Iraci Francisca dos Santos, em tratamento no HBDF desde 2016, destaca a importância do acolhimento: “No começo foi muito difícil, eu não aceitava. Mas encontrei força aqui. Hoje, continuo em tratamento, mas com gratidão. O Hospital de Base e a Rede Feminina me deram suporte e esperança”, relata.
A solidariedade se estende aos moradores da cidade. Sandra Santilene, do Guará, é doadora frequente do Rosa Solidário e vê a doação como uma forma de ajudar mulheres a se sentirem bem durante o tratamento.
Para a psicóloga Ana Paula Fernandes, voluntária há 21 anos, o impacto emocional da perda do cabelo é profundo e precisa de acolhimento. Ela explica que a escolha da peruca é um momento simbólico: “Ela experimenta, se olha no espelho e diz ‘essa sou eu’. Isso tem a ver com identidade, corpo e autocuidado. Nosso objetivo é que cada mulher se reconheça e se sinta bem na própria pele”.
A Rede Feminina de Combate ao Câncer mantém ainda projetos de apoio emocional, bazar beneficente e confecção de perucas. Doações de roupas, sapatos e cabelos podem ser entregues na sede da Rede, no Hospital de Base, ou na Casa de Apoio, no Núcleo Bandeirante.
Salão Rosa Solidário
Local: Jardim do Hospital de Base
Funcionamento: Segunda a sexta-feira, das 9h às 16h (com agendamento)
Agendamento: (61) 3364-5467 / 3226-2747
E-mail: rede@redefemininabrasilia.org.br
Instagram: @redefemininabrasilia
Com informações do IgesDF
