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Brasília

Professor da UnB acusado de assédio quer anular punição

Arquivo Geral

03/05/2018 7h46

Foto: Reprodução

Rafaella Panceri
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Acusado de assédio em 2017, o professor Mauro Giuntini, da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília (FAC/UnB), pediu que a denúncia feita pela Reitoria contra ele seja anulada pela Justiça. Caso a 14ª Vara de Brasília decida pela nulidade, o termo de indiciação será removido do registro funcional e ele receberá dois meses de salário, referentes aos 60 dias em que ficou suspenso. Advogado de Giuntini, Marcos Castro assegura que o docente processará a Fundação Universidade de Brasília (FUB) por dano moral.

Amanhã, o caso terá mais um desdobramento. Professores da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar feita à época — Glaucia Diniz, Rosana Tidon e Antônio Pedroza — testemunham na 14ª Vara de Brasília. O advogado Marcos Castro adiantou ao JBr. que um dos mandados de intimação não foi cumprido. Caberá ao juiz responsável, Waldemar Claudio de Carvalho, marcar outra audiência para ouvir a testemunha faltante ou sentenciar o processo.

Para o professor Mauro Giuntini, as acusações do termo de indiciação são inválidas. “O termo é vago e impreciso. Inviabiliza o exercício do princípio do contraditório e da ampla defesa”, aponta o advogado Marcos Castro. “As partes devem recorrer, sendo anulado ou não. O processo deve demorar, no mínimo, dois anos para ser encerrado”, prevê. “Mas sem acusações claras, não pode haver punição. Ele desconhece o motivo da denúncia”.

Punição insuficiente

Uma ex-aluna de Giuntini, que preferiu não se identificar, participou das aulas da disciplina Direção de Atores em 2015. Neste ano, o professor já faria piadas de cunho preconceituoso, segundo a estudante. Ela relata que Giuntini chegou a fazer chacota de alunos com deficiência e teria segurado uma estudante pelo pé, na aula. “Ela ficou de cabeça para baixo. A turma ficava chocada, mas sem reação com o comportamento dele”, lembra.

A conduta do professor atrapalhou o rendimento nas aulas. “Eu não tinha vontade de ir e nem de participar das dinâmicas. No começo, tinha interesse no conteúdo da matéria. Depois, fiquei frustrada, com medo de ter aulas ou outras atividades acadêmicas com ele de novo”, desabafa. A aluna acredita que a punição foi insuficiente. “Ele foi suspenso e isso é importante, mas continua dando aula como se nada tivesse acontecido”, alerta.

Saiba mais

– O Conselho da Faculdade de Comunicação da UnB enviou dossiê à Reitoria, em 2017, com relatos de alunas que teriam sido assediadas por Mauro Giuntini. No documento, consta que o docente fez comentários preconceituosos e constrangeu estudantes durante as aulas. Depois disso, a Reitoria suspendeu Giuntini por 60 dias.

– Até o fechamento desta edição, a Advocacia Geral da União (AGU), que defende a Fundação Universidade de Brasília (FUB) no processo movido pelo professor, não respondeu aos questionamentos da reportagem.

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