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Brasília

Polícia prende os últimos acusados da morte de garoto jogado em vala

Arquivo Geral

28/11/2018 19h36

Maiko Tavares da Silva, 15, foi morto a 35 facadas e enterrado em uma vala em Planaltina de Goiás (GO). Foto: Facebook/Reprodução

João Paulo Mariano 
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Na noite desta quarta-feira (28), no município de Planaltina de Goiás, Eni Tavares Monteiro, 57, assegura que vai dormir com muita saudade do filho falecido, mas com o coração mais tranquilo por saber que todos os envolvidos na morte dele foram presos. Após seis meses de investigação, as cinco pessoas que esfaquearam, bateram e mataram Maiko Tavares, 15 anos, no dia 16 de maio estão detidas. Agora, o caso está fechado e será encaminhado à Justiça.

As últimas prisões foram feitas nessa terça-feira (27). Leonardo Kenedy Veríssima de Melo, 26, e um adolescente, de 15 anos, são acusados de participação direta na execução de Maiko. Para o delegado-chefe da Delegacia de Homicídios de Planaltina de Goiás, Antônio Humberto da Costa, não há dúvidas do envolvimentos do menor e do maior.

No último dia 20 de novembro, a Delegacia de Homicídio do município já havia prendido Allan Jakson Feitosa, 19, que foi considerado o mandante do caso. O rapaz foi casado com a irmã da vítima por algum tempo e se apresentava preocupado com o sumiço de Maiko, além de ter pedido para ficar com algumas roupas dele quando foi descoberto o falecimento.

Porém, as primeiras detenções do caso ocorreram quatro meses após o crime. Welisson Rocha de Souza, 18, e Paulo Sérgio Sousa França, 21, foram detidos depois que testemunhas os colocaram na cena do crime no fim de setembro deste ano.

Todos os presos maiores responderão por homicídio com motivo torpe e ocultação de cadáver, pois Maiko foi encontrado morto, após dois dias desaparecido dentro de uma vala no mesmo bairro em que morava, no Jardim Paquetá, em Planaltina (GO). O menor também deve responder por ato análogo ao homicídio e a ocultação de cadáver.

Fim das investigações

“O mais desafiador foi juntar as peças do quebra cabeça. A cada momento uma nova surgia. Agora, podemos afirmar com absoluta certeza que o caso está finalizado. Só falta enviar o inquérito à Justiça”, comenta o responsável pela Delegacia de Homicídios, Antônio Humberto da Costa.

O motivo, segundo o delegado, era que alguns dos envolvidos tinham desavenças antigas com a vítima, mas nada tão grave. Um deles, inclusive, nem conhecia Maiko e mesmo assim participou da situação. “Esse crime chocou pela covardia. Eram cinco indivíduos contra um rapaz por um motivo fútil. Não há uma justificativa grande o suficiente para o ocorrido”, diz.

Até a família do adolescente morto participou das investigações e foi essencial no processo. A mãe dele, Eni tavares, após a liberação da certidão de óbito, voltou ao local da vala onde o filho foi encontrado para buscar mais provas. O documento informava que o menino havia levado facadas, mas ninguém achava o instrumento. A mulher, que contou com a ajuda de alguns amigos, conseguiu encontrar o instrumento, que foi encaminhado a polícia.

“Cada dia a saudade aumenta. Dói muito. Ele me faz muita falta. A saudade sempre vai continuar. Espero que a Justiça faça um bom trabalho”, lamenta a dona de casa, Eni. A mulher lembra da última vez que viu o filho, no dia 16 de maio. Ele a ajudou a por ordem na casa, tomou banho, almoçou e foi para a escola. A próxima vez que ela o viu foi quando encontraram o corpo no mesmo bairro em que moravam, no Jardim Paquetá.

Apesar da tristeza, a mãe lembra do menino como um jovem estudioso e alegre. “No dia da morte, Maiko dançou e brincou comigo. Colocou um raggae que gostava e depois saiu de casa”, diz. Ele era o mais novo de quatro pessoas e o único homem.

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