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Brasília

PCDF e Ministério Público investigam fraudes em testes de covid-19

São cumpridos 81 mandados de busca e apreensão em mais de 20 cidades de todo o Brasil. Os testes comprados seriam de qualidade inferior, o que causaria um “falso negativo”

Willian Matos

02/07/2020 7h17

Teste de coronavírus. Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília

A Polícia Civil (PCDF) e o Ministério Público (MPDFT) investigam, nesta quinta-feira (2), irregularidades na compra de testes de detecção da covid-19 por parte da Secretaria de Saúde do DF. Segundo investigações, alguns servidores estariam se organizando para fraudar licitações e comprar testes IgG/IgM de baixa qualidade e com preços superfaturados.

Por serem de qualidade inferior ao ideal, os testes comprados pelo grupo podem apresentar falsos resultados negativos. O nome “Falso Negativo” intitula a operação da PCDF.

Além disso, o somatório do valor das dispensas de licitação supera o valor de R$ 73 milhões.

Um dos testes adquiridos. Foto: Divulgação/MPDFT

São cumpridos, ao todo, 81 mandados de busca e apreensão em mais de 20 cidades de todo o país. Entre os endereços no DF, estão as sedes da Secretaria de Saúde, do Laboratório Central (Lacen) e da Farmácia Central.

As cidades onde os mandados são cumpridos são Brasília, Formosa-GO, Goiânia, Curitiba, Marnigá-PR, São José dos Pinhais-PR, Pinhas-PR, São Paulo, Cotia-SP, Santana do Parnaíba-SP, Itapevi-SP, Balneário Camboriú-SC, Ilhota, Navegantes-SC, Serra-ES, Cariacica-ES, Vitória-ES, Rio de Janeiro, Nova Iguaçu-RJ, São Gabriel-BA e Irecê-BA.

Notas

Durante a operação, a Secretaria de Saúde se manifestou por meio de nota. A pasta afirma que “todos os testes adquiridos, recebidos por meio de doações ou enviados pelo Ministério da Saúde tem o certificado da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e, portanto, foram testados e aprovados pelo órgão Federal”.

A pasta diz ainda que os preços dos testes “representam os valores praticados no mercado”, e que as compras “foram efetuadas avaliando as marcas apresentadas, os certificados de qualidade e os menores preços apresentados pelas empresas nas propostas.”

A defesa da empresa Methabio, um dos alvos da operação, entrou em contato com a reportagem e enviou a seguinte nota: 

“A empresa METHABIO informa que possui sede no Distrito Federal e tem comprovadamente treze anos de serviços prestados junto à Administração Pública, atuando na indústria farmacêutica e na área de diagnósticos.

Atualmente possui contratos vigentes em mais de vinte estados da Federação, seja para fornecimento de suprimentos hospitalares ou de itens para área de diagnósticos, além de contratos com empresas privadas. Durante todo esse tempo, nunca esteve envolvida em denúncias de corrupção, fraude à licitação ou irregularidades procedimentais.

Diante do exposto, apesar do envolvimento da empresa na operação “FALSO NEGATIVO”, nada ainda está constatado, já que se trata de fase investigativa, na qual já foram apresentados todos os documentos e informações necessárias para apuração da verdade dos fatos, onde restará evidente o não envolvimento da METHABIO em qualquer procedimento licitatório ilegal.”

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