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Brasília

Para economizar, moradores do DF trocam carne bovina por suína

A preferência pelo preço da carne suína está cada vez mais presente na vida dos brasilienses, baixo preço atraem famílias de olho na economia

Redação Jornal de Brasília

23/06/2022 6h09

Por: Marcos Nailton
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Atualmente, diversos moradores do Distrito Federal estão preferindo consumir carne suína em razão dos preços altos das carnes bovinas. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2021, a produção da carne de porco na capital foi de 11.293 toneladas.

Em entrevista ao Jornal de Brasília, a técnica em gestão pública e moradora do Riacho Fundo 1, Iris Belchior, contou que come carne bovina apenas 3 vezes por mês, que o elevado preço e um desconforto estomacal ao comer, foi determinante para trocar pela suína. Ela também fala que ainda compra  produtos bovinos por causa de suas filhas, e que sente no bolso a diferença do preço na hora das compras.

“A carne suína é sempre mais em conta do que a carne bovina, […] Eu junto o útil ao agradável, Quando eu como carne vermelha meu estômago demora pra fazer a digestão, com isso eu passo mal, já com a carne suína eu não sinto nada, a digestão é ótima, […] Mesmo ainda eu consumindo carne bovina  poucas vezes, ainda tem uma diferença quando vou fazer compras. Com 5 kg de cada carne a diferença fica em torno de 100 reais a mais no valor da carne bovina”, contou.

Ao JBr, o vice-presidente da Associação de Criadores de Suínos do Distrito Federal (DFSuin), Alexandre Cenci, informou que a baixa exportação de carne suína para o nosso principal comprador, a China, faz com que a oferta da carne fique com excesso. Ele também conta que devido a isso, o preço está baixo, criando um interesse para as famílias, principalmente as que possuem mais dificuldades econômicas.

“Em função ao período da pandemia, recessão econômica e perda de renda, afetou também a exportação da carne suína, isso é ruim porque 20% do que é produzido do Brasil vai pra fora, e essa retração na exportação sobra mais para o mercado doméstico, então aumenta mas ainda a oferta de suínos, […] Por outro lado, o excesso de oferta de suínos no mercado pressiona o preço para baixo, consequentemente cria-se um atrativo. A carne bovina e a carne de frango terem subido muito, juntando a perda de renda das famílias, ela fica atrativa. Tendo uma participação maior na compra das famílias e dos consumidores”, contou Alexandre Cenci.

O vice-presidente da DFSuin também conta que outro fator para o crescimento do consumo é a quebra dos mitos e preconceitos relacionados aos cuidados na preparação dos animais antes do abate. Ele também ressalta que a carne suína é rodeada de benefícios.

“ A gente tem passado essa informação para o consumidor final de todo o cuidado que é produzido desde as granjas, as fazendas, controle de alimentação, sanitário, passando pelas indústrias frigoríficas e pela distribuição, […] É uma carne com alto valor biológico, com níveis grandes de nutrientes, aminoácidos, vitaminas e minerais, e com uma digestibilidade boa para as pessoas”, disse Alexandre Cenci.

Açougue aposta em desconto 

Em um açougue local da Vila Planalto, a microempreendedora, Katia Rodrigues, contou que a procura por carne bovina vem diminuindo desde 2018, e que se agravou após o início da pandemia. Ela também informou que devido a baixa procura por carne bovina, faz um racionamento no pedido ao frigorífico.

“A gente pede carne praticamente todo dia, já na quantidade certa, porque se não é prejuízo, […] Quinta e sexta tem promoção, a gente coloca as carnes com um preço mais barato, o kg do acém por exemplo está R$ 29,99, e em dia de promoção fica R$ 25,99. Mas carne de primeira como a picanha dificilmente sai”, contou Katia Rodrigues.

Produção cresce no país

De acordo com o IBGE, a produção brasileira de carne suína em 2021 foi de 4,98 milhões de toneladas, o que mostra um crescimento de 9,12% em relação ao ano de 2020, que foi de 4,48 milhões. Os dados também mostram que a produção vem crescendo 7% ao ano comparando o período de 2017 a 2021.

Os dados mostram que de 1,01 milhão de toneladas destinadas à exportação, o Brasil exportou para a China cerca de 50,37% desse número no ano de 2021, mostrando que o país oriental  é o maior consumidor da carne suína brasileira. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX).

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