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Brasília

Negócio de família: mãe e filhas traficavam na Estrutural

Arquivo Geral

30/05/2018 12h23

Raphaella Sconetto

Raphaella Sconetto
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Mãe e filhas traficavam juntas na Chácara Santa Luzia, na Estrutural. Em conjunto, conseguiram conquistar um genro e vizinhos para o mundo do crime. Nesta quarta-feira (29), a 8ª Delegacia de Polícia cumpriu treze mandados de busca e apreensão, que resultou na prisão de seis adultos e na apreensão de um adolescente de 17 anos. Dalva Maria Santos, 54 anos, e os comparsas vendiam crack e cocaína em um beco próximo a uma creche da região.

Segundo o delegado Rodrigo Bonach, Dalva era a líder do grupo e já era conhecida da Polícia Civil. “Um dos alvos mais importantes para prender na Estrutural era justamente a Dalva. Ela tem antecedentes com tráfico e associação ao tráfico, em 2011 e 2015. Voltou para a sociedade e voltou a traficar de maneira muito intensa”, aponta.

“Ali se criou um beco e ela se instalou com parentes e vizinhos, e começou a operar um esquema de venda de pedras de crack, justamente a droga mais nociva que causa maior dependência química e tem reflexos, inclusive, na criminalidade local com aumento de roubos e furtos”, completa.

No beco, que fica próximo ao Centro Olímpico da região, há uma creche. “As crianças conviviam com a venda frenética de crack. Era um local de difícil monitoramento porque tinham olheiros que informavam quando a polícia chegava e a própria localização para despistar a polícia. Em termos de volume de droga não é grande, mas a intensidade era alta”, afirma Bonach. Segundo o delegado, o beco era um reduto onde Dalva “se sentia confortável para traficar.

Nos mandados de busca e apreensão realizados na manhã desta quarta-feira (29), foram apreendidas centenas de pedras de crack, porções de cocaína, uma balança de precisão, R$ 2 mil em espécie, um simulacro de arma de fogo e um veículo.

Creche também será alvo de investigação

Até o momento a 8ª Delegacia de Polícia ainda não sabe qual o real envolvimento da dona da creche com o tráfico de drogas. Por isso, o delegado afirmou que as investigações continuam. “Há indícios que de a proprietária possa ter envolvimento e conivência com a questão da traficância. Também foi feita uma busca lá, mas não encontramos nada. Mas o filho da dona da creche cumpre pena no CPP e ela ofereceu um trabalho na própria creche pro filho poder se beneficiar com a saída do trabalho externo”, pontua.

Dalva se diz injustiçada

https://soundcloud.com/user-401183895/whatsapp-audio-2018-05-30-at-120542

A líder do grupo diz ser injustiçada com a prisão. “Não vendo droga nenhuma, todo mundo vende e a culpa vem para cima de mim. Sou inocente”, disse a mulher, dramaticamente. Dalva chegou a chorar no momento em que o delegado Rodrigo Bonach a apresentava para a imprensa. Nem a filha ela defendeu. “Já fui presa uma vez e eles acham que continuo. Eu falo por mim, se minha filha vende é com ela”, argumentou.

No entanto, sua entrevista caiu em contradição quando Dalva foi questionada sobre qual seria sua renda. “Vendo água na beira do lago, vou com minha caixinha de isopor. Eu falei que ia parar com isso, porque não tenho condição de fazer essas coisas, sou doente. Eu vendia antes, fui presa. Mas agora não estou trabalhando com isso”.

Dalva Maria Santos (54 anos), suas filhas Naiane Cristina Santos Serrão (29 anos) e Tainã Santos Serrão (25 anos), seu genro Maxwell Ferreira Serra (25 anos), e os vizinhos Flávio Pereira Pinto (31 anos) e José Ribamar Pinto Penha (38 anos) foram presos pelos crimes de tráfico e associação ao tráfico. A pena pode variar entre oito a 25 anos de prisão.

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