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Brasília

Museu Vivo da Memória Candanga, comemora seu 32º aniversário com a exposição da série Orixás

Mostra resgata valores afro indígenas e expõe diversidade nas manifestações artísticas do país

Mayra Dias

06/06/2022 17h33

“Um marco importante na construção de uma estética que reflita a complexidade e a diversidade das manifestações artisitcas brasileiras”, é assim que Marcus Lontra descreve a mostra “Orixás – Geometria, Símbolos, Cores”, do artista plástico Josafá Neves, a qual é curador. A exposição acontece no Museu Vivo da Memória Candanga, localizado no Núcleo Bandeirante, e será como o local irá comemorar seu 32º aniversário. Para Marcus, a exibição chega em um momento importante “por suas qualidades intrínsecas e por sua necessária presença no atual momento político e cultural do país”, acrescentou.

A abertura será no dia 11 de junho, às 15 horas, com um coquetel. O artista, juntamente com o curador, farão uma visita guiada com o público presente. A escolha do local se deu devido a região ser onde o artista plástico Josafá Neves estabeleceu, há mais de 20 anos, o seu ateliê, produzindo obras inspiradas por esse local e que dão mérito cultural ao ambiente com a sua rica contribuição artística.

Devido a isso, para o artista, expor em um lugar como o Museu Vivo é uma honra. Na sua avaliação, é uma forma de homenagear a cidade, privilegiando a comunidade local que terá à sua disposição a sua arte viva, “assim como a população que em boa parte se caracteriza por pessoas de ancestralidade africana e indígena, como é a maior parte dos brasileiros”, afirma.

Conforme compartilha Marcus Lontra, a sensação de gerir uma exposição como essa é a melhor possível. “É sempre um privilégio ser curador de uma mostra de um artista como o Josafá”, diz, salientando que é sempre um grande aprendizado trabalhar com o artista. “Eu me coloco, humildemente, na minha posição de homem branco, um aluno de Josafá. Aprendo, com ele, o que são essas vozes negras, essas vozes de pessoas que vieram para o Brasil escravizadas e fizeram a poderosa história do modernismo e contemporaneidade do Brasil”, declara.

Para Marcus, o que ele o artista traz é um diálogo permanente com sua tradição africana, “assim como é também uma força poderosa na atividade contemporânea, na pesquisa, na sensibilidade, na sofistificação no seu aspecto intelectual que ele perpetua em seus trabalhos”, pondera o curador da mostra. Conforme ele pontua, as imagens que Josafá apresenta para a população são aquelas que foram eliminadas da história, “e que foram esquecidas com todo o processo de embranquecimento da nossa população e, por consequência, o embranquecimento da nossa cultura e arte”, finaliza.

Aprendendo de forma lúdica

Além da exposição, será oferecida uma oficina de montagem do painel afroindigena para alunos da rede pública de ensino do DF, as escolas serão da Macro Região focada no Núcleo Bandeirante e Candangolândia. A oficina, por sua vez, será oferecida aos alunos pela arte educadora Tainã Cristina, que começou a pintar nas ruas em 2009, na cidade de Ceilândia, e teve seu trabalho iniciado através do graffiti. Tainã é graduada em Artes Plásticas pela Faculdade de Artes Dulcina de Moraes (FADM), e faz especialização em História da África e da Diáspora Atlântica pelo Instituto Pretos Novos (IPN). Em sua pesquisa criativa, a estética das artes de tradições africanas, ameríndias tem forte influência em seu trabalho e criações.

Juntamente com Josafá, a professora fará uma visita guiada com os alunos que vão participar da oficina. Tainã, dará uma aula sobre o trabalho do artista, seu histórico pessoal e o valor de sua obra no contexto do empoderamento dos povos afro indígenas. Como explica Josafá, o objetivo da oficina é orientar os alunos a pintarem e montarem um painel que será doado ao Museu da Memória Candanga ou pela instituição indicada pela coordenação do Museu. Ficará disponível a oficina para a gerência do Museu indicar alunos de seu interesse.

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