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Brasília

Mulheres vão presidir o Conselho de Cultura do DF (CCDF)

O órgão tem o importante papel de ouvir a comunidade cultural do Distrito Federal, que tem demandas específicas para cada região administrativa

Redação Jornal de Brasília

17/03/2021 17h58

Elizabeth Fernandes e Iara Alves foram eleitas, na noite da última terça-feira (16) para presidir o Conselho de Cultura do Distrito Federal (CCDF) no próximo biênio. As duas são mulheres com forte trajetória na comunicação e na cultura da capital candanga.

“Somos, Iara Alves e eu, duas mulheres à frente desse importante foro. Com trajetórias diferentes, mas que, com certeza, sempre enfrentamos e enfrentaremos a cobrança exponencial dirigida às mulheres por uma sociedade machista e preconceituosa”, observa a presidente.

Representante do governo, Elizabeth Fernandes assume a presidência, levando para a gestão uma larga experiência de 40 anos de carreira como jornalista, além de atividades como produtora artística.

“Trago também a experiência na Assessoria de Relações Institucionais do gabinete da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, que me trouxe uma visão mais ampla da questão cultural e dos desafios da gestão”.

Escolhida pela sociedade civil, Iara Alves, que assume a vice-presidência, é defensora dos direitos humanos e advogada. “Quero colocar toda minha força e energia para que a construção coletiva avance e que a gente consiga suavizar a dor e as dificuldades que a cadeia cultural está passando”.

Desafios e metas

Juntas, Elizabeth e Iara vão conduzir discussões centrais para a cultura relacionando-as ao momento de pandemia e isolamento social, que afetam frontalmente a produção cultural.

Alguns temas importantes estão à vista: fortalecimento da Lei Orgânica da Cultura (LOC), descentralização e desconcentração do fomento da atividade cultural, capacitação dos Conselheiros Regionais de Cultura.

O CCDF tem um importante papel de ouvir a comunidade cultural do Distrito Federal, que tem demandas específicas para as regiões administrativas.

“Considero que o mais importante desafio é fortalecer o Conselho de Cultura do DF, que é a instância de participação social do Sistema de Cultura do DF (SAC), ampliando o trabalho em toda sua esfera de competência, que inclui propor políticas, programas e diretrizes para o DF, além de avaliar as políticas públicas em execução”, aponta Elizabeth.

Presidente poeta

No meio cultural, Elizabeth é Beth, poeta inspirada que brinca com as palavras criando sensações femininas a partir de seu olhar afetuoso sobre a vida e as coisas.

Em 2019, ela publicou o primeiro livro de poesia por uma editora alternativa, da periferia de Belo Horizonte, pela Coleção Mulherio das Letras, que foi uma das finalistas do Prêmio Jabuti.

CANTAR

“Só sei cantar afinado

com o coração ocupado

ou doendo de desocupação,

o sangue bulindo as veias,

ou arrepiando direção.

Só sei cantar afinado

quando abrigo um segredo

ou desenho fantasias,

a boca borrando vermelho

ou pobre de ousadia.

Só sei cantar afinado

com o coração ocupado.

Beth Fernandes

“Acho que sempre fui poeta, porque escrevo desde menina. Claro que o tempo e a vida apuram a percepção, a escrita flui e acaba pedindo para sair”, conta Beth, que finaliza o segundo livro, no qual a poesia vai se aliar ao conto para dizer um pouco mais do universo feminino.

As informações são da Agência Brasilia

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