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Brasília

MPDFT pede maior controle no estoque de medicamentos para intubação

A equipe do MPDFT verificou a escassez de remédios e de equipamentos de proteção individual, a força-tarefa recomendou que a SES e o Iges-DF reavaliem a metodologia usada

Redação Jornal de Brasília

13/05/2021 21h39

Atualizada 14/05/2021 0h25

Central de Armazenamento do Iges-DF, no Setor de Indústria e Abastecimento, tem medicamentos para anestesia geral e dores extremas | Foto: Davidyson Damasceno/Iges-DF

A adoção de uma restrita rotina para acompanhamento do estoque de insumos e medicamentos usados em procedimentos de intubação, foi recomendada à Secretaria de Saúde (SES) e ao Instituto de Gestão Estratégica (Iges-DF) pela força-tarefa de enfrentamento à Covid-19 do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). A recomendação, que ainda exige a manutenção de pacientes em terapia intensiva, foi expedida nesta quinta-feira (13), resultado de inspeção realizada por integrantes do MPDFT no Hospital de Base (HBDF) e de relatório técnico sobre o estoque de insumos e medicamentos na SES e no Iges-DF.

A equipe do MPDFT verificou a escassez de remédios e de equipamentos de proteção individual, a força-tarefa recomendou que a SES e o Iges-DF reavaliem a metodologia usada para calcular a duração dos estoques de insumos e medicamentos utilizados para intubação e para manter pacientes com Covid-19 em terapia intensiva.

O cálculo atual considera o gasto médio de cada droga em um cenário ideal, quando todas as medicações estão amplamente disponíveis, e não condiz com a realidade. A força-tarefa recomenda que seja avaliada a possibilidade de considerar para o cálculo a média de consumo dos medicamentos nos últimos três a sete dias. O Iges-DF e a SES também devem melhorar os mecanismos de fiscalização e distribuição dos medicamentos, além de formalizar a prática de “empréstimo” para minimizar o risco de desvios.

O MPDFT pediu ainda providências para o aumento da capacidade de diálise nos leitos UTI do HBDF, incluindo recursos humanos e equipamentos, para atender as necessidades de todos os pacientes internados que necessitam desse suporte. Os números divulgados pela sala de situação indicam os leitos de UTI que têm pontos de diálise. No entanto, como o número de máquinas disponíveis para o procedimento é bem menor, a quantidade de pacientes efetivamente atendidos não corresponde à de leitos com diálise informada pela SES.

Estoques e cirurgias eletivas

Na última semana, a força-tarefa já havia questionado a SES sobre formas de regularizar os estoques dos medicamentos para intubação e internação em UTI. Em ofício dirigido ao secretário de saúde, Osnei Okumoto, a força-tarefa requisitou relatórios semanais sobre a disponibilidade desses insumos.

No mesmo documento, a força-tarefa também requisitou informações sobre o adiamento de cirurgias e procedimentos eletivos em razão da pandemia de Covid-19. Deverão ser informadas a quantidade de cirurgias suspensas durante a pandemia, suas especialidades, a previsão de retomada e o número de procedimentos que ainda aguardam marcação de data.

Relatório técnico

De acordo com o relatório de vistoria, houve aumento no consumo de insumos e medicamentos para intubação em ritmo superior ao normal. A dificuldade de reposição de estoques pode impactar na continuidade do atendimento aos pacientes já internados.

A força-tarefa também observou a ineficiência no sistema de referência dos pacientes em terapia de substituição renal crônica, com prejuízo para a rotatividade de leitos na unidade de Nefrologia. Além disso, o HBDF não dispõe de serviço de Medicina Nuclear ou de aparelho de ressonância magnética. Apenas um aparelho de tomografia computadorizada e uma bomba injetora de contraste estão em funcionamento. A inspeção foi realizada nos dias 20, 22 e 23 de abril.

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