Menu
Brasília

MP de Contas quer restabelecimento de transporte escolar a alunos que moram na Estrutural

Arquivo Geral

06/07/2016 22h33

O Ministério Público de Contas do Distrito Federal (MPC/DF) solicitou, via representação, que o transporte escolar a alunos do ensino médio, que moram na Cidade Estrutural e estudam em outras cidades, seja restabelecido. De acordo com denúncia recebida pelo MP de Contas, o GDF suspendeu o serviço em troca do fornecimento de passe estudantil. Porém, alunos estão sendo prejudicados pois não há linhas regulares que possam atendê-los. A medida prejudica cerca de mil alunos da rede pública.

Leia mais: Estudantes fazem manifestação após suspensão de transporte escolar no Guará

Conforme dados repassados pelas Regionais de Ensino, a pedido do MP de Contas, o atendimento de transporte escolar da Estrutural para o Cruzeiro, por exemplo, não existe mais. Antes, 263 alunos do ensino médio usavam o serviço todos os dias. No caso do Guará, a situação é mais grave: a partir de 15 de agosto, 701 alunos que moram na Estrutural não contarão mais com o transporte diário.

De acordo com a denúncia recebida pelo MP de Contas, a secretaria de Educação teria justificado a suspensão do transporte escolar com a distribuição de passe estudantil aos alunos. Porém, segundo o MP de Contas, o sistema de transporte coletivo de ônibus que atende a população da Estrutural não comportaria a demanda gerada pela inclusão dos estudantes, tampouco serviria adequadamente ao transporte dos alunos em razão da falta de linhas regulares, além da distância entre as paradas de ônibus e as escolas de destino dos alunos.

Segundo o MP de Contas, a necessidade de transporte escolar decorre da falta de planejamento do poder público e, consequentemente, de vagas nas escolas das cidades onde os estudantes moram, como é o caso da Estrutural. Este problema não é novo no âmbito do Tribunal de Contas (TCDF). Em agosto do ano passado, o plenário decidiu que a secretaria de Educação deveria elaborar plano de implementação, com cronogramas, etapas e responsáveis, que previssem ações para adequar a oferta de escolas e vagas à demanda em cada localidade. Até hoje isso não foi feito.

Caso Estrutural

Em auditoria realizada em 2015, foi apontado que a população em idade escolar na Estrutural é de 13 mil crianças e jovens. Porém, apenas 4,4 mil são contemplados nas quatro escolas em funcionamento na cidade. A maioria fica de fora e precisa estudar em outras cidades, como Guará, Plano Piloto e Cruzeiro. A falta de vagas na cidade onera os cofres públicos. Um dos exemplos é o da Escola Classe, cujo prédio foi interditado em 2011. A partir disso, os 900 alunos passaram a ser atendidos na sede da Escola de Aperfeiçoamento dos Profissionais de Educação (EAPE), na Asa Sul, transportados diariamente para lá. O custo anual é estimado é de R$ 2,6 milhões.

De acordo com o procurador Marcos Felipe Pinheiro Lima, a representação do MP de Contas visa a evitar a evasão escolar e, também, a ampliação da vulnerabilidade social dos jovens que moram na Estrutural. “O poder público precisa agir urgentemente no sentido de propiciar o pleno acesso ao ensino dessas crianças e jovens em idade escolar, direito esse assegurado não apenas em Lei, mas na Constituição Federal. E essa é uma obrigação que, com a falta de vagas na cidade, requer o fornecimento de transporte escolar eficientes, seguro, confortável e regular”, explica Marcos Felipe.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado