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Brasília

Mais um ponto de denúncia de casos de violência contra a mulher

Funcionários do Parque da Cidade serão capacitados para acolher vítimas de violência doméstica por meio da campanha ‘Código Sinal Vermelho’

Marcus Eduardo Pereira

01/06/2021 22h19

Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

O Parque da Cidade se tornou mais um ponto de denúncia a violência doméstica e familiar no Distrito Federal. Vigilantes e funcionários da limpeza, além dos funcionários da própria administração, serão treinados para participar da campanha do Código Sinal Vermelho, que incentiva as vítimas de violência doméstica e familiar a pedirem ajuda de forma silenciosa, por meio de um “X” vermelho pintado na mão.

A ideia é que o parque seja mais um ponto de denúncia para as vítimas de agressão. “Queremos que as mulheres que frequentam o parque, e sofrem algum tipo de violência, se sintam confortáveis e acolhidas se resolverem pedir ajuda para nossos colaboradores”, explica o administrador do parque, Silvestre Rodrigues da Silva.

Segundo ele, o Parque da Cidade recebe cerca de 25 mil pessoas em dias úteis e 100 mil por dia nos finais de semana, um aumento de 40% ao longo da pandemia. ”Recebemos por semana milhares de pessoas, então, com certeza, dentro desse número, há vítimas de violência. Precisamos estar preparados para acolher e direcionar quem nos pedir ajuda, bem como identificar possíveis cenários de violência em nossas dependências e poder reagir a isso da forma correta”, afirma.

De fato, a pandemia de covid-19 aumentou o risco para as vítimas de violência doméstica. Em março e abril de 2020, o índice de feminicídios cresceu 22,2% em todo o Brasil, em relação ao mesmo período de 2019, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Além disso, conforme dados da Câmara Técnica de Monitoramento de Homicídios e Feminicídios, da Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP/DF), verificou-se que, em 2020, no Distrito Federal, 94% das vítimas de feminicídio não fizeram boletim de ocorrência ou alguma denúncia antes da fatalidade.

Calma

A capacitação será feita em parceria com a Secretaria da Mulher e acontece nesta quarta-feira (2). No treinamento, os colaboradores assistirão a uma palestra de cerca de uma hora de duração coordenada pela Secretaria da Mulher que vai esclarecer o que é o Código Sinal Vermelho e como participar da campanha. Cerca de dez pessoas, que serão multiplicadoras para as equipes, participarão da capacitação.

Para a primeira-dama do Distrito Federal, Mayara Noronha Rocha, que foi uma das primeiras a aderir à campanha, a iniciativa é fundamental para multiplicar o conhecimento sobre a campanha do sinal vermelho. “É preciso incentivarmos as mulheres a denunciar qualquer tipo de violência e, além disso, é necessário ensinarmos à sociedade como agir diante de uma situação de violência doméstica”, disse.

Como será na prática

Decreto assinado pelo governador Ibaneis Rocha estabelece que as vítimas de violência doméstica poderão ir a um dos estabelecimentos participantes e apresentar um “X” vermelho na mão, como sinal de que estão vivendo uma situação de vulnerabilidade. A mulher também poderá pedir ajuda verbalmente.

Quem receber a denúncia deve manter a calma para não chamar a atenção das pessoas à volta sobre a condição da mulher e, menos ainda, levantar suspeitas do agressor caso ele esteja por perto. A providência indicada é anotar todo os dados da vítima e, caso ela tenha necessidade de sair do local, ligar, imediatamente, para os números 190 (Emergência – Polícia Militar), 197 (Denúncia – Polícia Civil) ou 180 (Central de Atendimento à Mulher) para reportar a situação às autoridades competentes.

“O Parque da Cidade é o coração de Brasília, onde circulam milhares de pessoas todos os dias. É importante que os funcionários desse local passem pela capacitação para que o parque seja mais um ponto de informação e que as pessoas ajudem na luta pelo enfrentamento da violência contra a mulher”, afirma a secretária da Mulher, Éricka Filippelli. Ela ressalta que cafés, restaurantes e hotéis estão cadastrados na campanha e que, em maio, 350 funcionários do Sistema Social do Comércio (Sesc) foram capacitados para auxiliar mulheres vítimas de violência.

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