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Brasília

Mais de 10 mil pessoas aproveitam a programação do ‘Sorria, Brasília’

Os equipamentos culturais do DF receberam um público de 10 mil pessoas nos eventos e iniciativas que representaram toda a diversidade de linguagem

Redação Jornal de Brasília

22/04/2022 21h33

O Catetinho foi reaberto depois de dois anos fechado para receber melhorias necessárias | Foto: Renato Alves/ Agência Brasília

Brasília amanheceu ensolarada e repleta de atividades culturais, que atravessaram o dia em comemoração ao seu aniversário de 62 anos, na quinta-feira (21), dentro da programação do projeto Sorria, Brasília, realizado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec). Os equipamentos culturais do DF receberam um público de 10 mil pessoas nos eventos e iniciativas que representaram toda a diversidade de linguagem das expressões artísticas da cultura local.

O destaque ficou para a reabertura de dois desses espaços que estavam fechados para reforma: o Museu do Catetinho e a Gibiteca TT Catalão, no Espaço Cultural Renato Russo. Com piquenique no gramado, homenagens no Catetinho, contação de histórias, feiras, shows, concerto da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro, teatro, balé e exibição de filmes, a programação colocou um sorriso no rosto dos brasilienses, que aproveitaram o feriado com as muitas opções culturais.

“Este é o aniversário do renascimento, da volta à vida presencial, da festa, e nada melhor que celebrá-lo com todos os equipamentos culturais de portas abertas”, comemora o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues.

Reabertura do Catetinho

Completamente reformado, o Museu do Catetinho amanheceu pronto para receber o público para visitação depois de dois anos fechado. Ao som do Quarteto de Cordas da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional, o “Palácio de Tábuas” reabriu as portas para homenagear personalidades da cultura da cidade.

Na ocasião, 30 pessoas e organizações engajadas na cultura do DF receberam a Medalha do Mérito Distrital da Cultura Seu Teodoro pela contribuição ao fortalecimento identitário e difusão da arte e da cultura local.

Estiveram presentes o governador Ibaneis Rocha, o vice-governador Paco Britto e a secretária de Desenvolvimento Social, Mayara Noronha, que foram recebidos pelo secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues. O secretário fez um emocionado discurso. “Esse lugar respira memórias. O Catetinho evoca memórias daqueles que o visitam. Aqui, é um desafio da epopeia de construção que ainda está de pé”.

O governador falou do sonho de recuperar o espaço, fechado desde o início da pandemia. “A ideia da construção de Brasília é de superação. Aos 62 anos, seguimos nesse renascimento. Brasília nasce novamente para o Brasil neste 21 de abril.”

Feriado ao ar livre

A programação do Sorria, Brasília no feriado teve seu ponto mais alto nas atividades do Eixo Cultural Ibero-americano, onde reuniu um público de 6 mil pessoas. Pela manhã, teve diversão para as crianças, com contadores de história, fabulistas, artistas e performers com um toque de inclusão. Além de uma feira colaborativa, o gramado do Eixo Monumental também recebeu a banda de samba Coisa Nossa, o espetáculo Ballet Dança by Juan Carlos Veja, do Grupo Bailarinos de Brasília, e concerto da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro.

Contadora de histórias, Adma Oliveira apresentou às crianças um conto adaptado sobre as seis décadas da capital. Por ser portadora de necessidades especiais, ela faz um trabalho com narrativas inclusivas, mas é com o público que ela também acaba aprendendo muito. “Ao contar histórias para as crianças, eu gravo, memorizo e dou vida para os personagens”, destaca a fabulista, como gosta de ser chamada.

Quando viu o convite pelas redes sociais da Secretaria de Cultura sobre a programação do Eixo Cultural, a manicure Erika Carolina, 28 anos, levou a família toda para curtir um feriado ao ar livre. “Espaços abertos e com atrações para toda a família são a melhor forma de comemorar neste feriado”, disse a brasiliense.

No final da tarde, no gramado, o Eixo Cultural recebeu o show da brasiliense Ellen Oléria. A cantora e compositora abrilhantou a celebração com sua voz potente e a força dos ritmos brasileiros. “Parabéns, Brasília, jovem senhora, por esse povo lindo que é teu!”, comemorou.

Gibiteca em ação

A Gibiteca TT Catalão abriu as portas completamente renovada, depois de nove anos fechada. Com investimento de R$ 80 mil e 23 mil itens no catálogo, ressurgiu como umas das maiores do país, exibindo estantes inteiras para heróis como Batman, Superman e Mulher-Maravilha. Uma das mais cobiçadas é da coleção X-Men e Novos Titãs.

Uma das preciosidades da Gibiteca é o espaço infantil, com forte presença de A Turma da Mônica e a galera de Patópolis. Marmenha Rosário, gerente do espaço, que comandou a reabertura, se emocionou ao falar do poder da Gibiteca. “É uma viagem fantástica pelo mundo da fantasia e da pesquisa”.

Os quadrinistas Duarte e Jô Oliveira apareceram com um exemplar raro de Risco, primeira HQ do DF, de 1979. Doaram para a Gibiteca e prometeram voltar a frequentar o espaço.

Enquanto as portas não se abriam, a banda Marefreboi transformou o Espaço Renato Russo numa pista de dança. Rolaram dos frevos de Pernambuco a clássicos como a Feira de Mangaio.

Maíra Oliveira, atriz e diretora, deu boas vindas ao público e saudou a memória de TT Catalão, que deu nome ao grupo de teatro que integra, fundado por seu pai, Ary Pára-raios: O Esquadrão da Vida. Aproveitou a ocasião para também homenagear o diretor teatral Hugo Rodas, que faleceu recentemente.

Também esteve presente na cerimônia de abertura do espaço Nanan Catalão, filha de TT Catalão. Ela relembrou o tempo em que TT comandava o Espaço Cultural Renato Russo. “Aqui, sempre foi um território de cultura, de grande intensidade”, disse.

Povos originários

Um encontro de tribos no coração do Planalto Central. Assim vem sendo as festividades em comemoração ao Dia do Índio e aos 62 anos de Brasília no Memorial dos Povos Indígenas (MPI).

Além das exposições, a novidade este ano é a Feira dos Produtos Indígenas com artefatos de tribos de várias partes do país, além de comidas típicas como a lua de milho e o vinagre de frutas vermelhas.

Descendente da etnia Apinajé, oriunda do Tocantins, a artista Natasha Barros Cardoso, 35 anos, apresentou o ritmo do catimbó e o ritmo do boi-bumbá com o grupo Impacto da Amazônia. Ela acha importante compartilhar sua cultura milenar com os visitantes. “Não nasci na minha aldeia. Sou enraizada, mas aprendi desde cedo a valorizar nossa cultura”, destaca. “Fico feliz quando as pessoas se interessam pela nossa cultura”, festeja.

Joia da arquitetura

Sediado às margens do Lago Paranoá, com uma vista belíssima e uma arquitetura exuberante, o Museu de Arte de Brasília (MAB) celebra um ano de reabertura e os 62 anos da cidade como parte da programação do Sorria, Brasília.

Além das exposições permanentes, dentro e fora do espaço, e de mostras provisórias, como uma organizada pela Embaixada da China – Atrás da Grande Muralha -, o público este ano pode conferir, até domingo (24), a Feira Colaborativa de Artes e Gastronomia no espaço.

Rock na Concha Acústica

Um dos primeiros palcos da capital, inaugurado oficialmente em 1969, a Concha Acústica recebeu, na quinta-feira (21), o guitarrista dos Raimundos, Digão, que embalou a festa dos 62 anos de Brasília no local.

“Brasília é minha terra. Amo essa cidade. Esse céu e a Concha me representam”, comentou o cantor, antes da apresentação. “É uma honra ter sido chamado para esse show do aniversário de 62 anos dessa cidade que me faz sonhar até hoje”, disse, animadíssimo.

Sucessos do rei do reggae Bob Marley e de bandas como Charlie Brown Jr., Paralamas do Sucesso, Alice in Chains e Red Hot Chili Peppers não foram esquecidos. Mas os fãs queriam ouvir mesmo eram os hits dos Raimundos, causando histeria na plateia.

Ria, Brasília

A Cia. de Comédia Os Melhores do Mundo foi a atração do Cine Brasília na noite de celebração dos 62 anos de Brasília. Na ocasião, os comediantes também comemoraram os 27 anos da trupe. “O nosso público foi aumentando ao longo do tempo por conta do boca a boca”, ressaltou Jovane Nunes, um dos atores do grupo.

Em cena, o grupo misturou trechos de peças consagradas com esquetes inéditos. Após longo período de restrições por conta da pandemia, a plateia chegou empolgada e fez fila ao redor do Cine. Com a sala de cinema lotada e tomada pelo cheiro de pipoca, a peça começou. Diante dos olhos atentos e ansiosos do público, a gargalhada voltou a dar o tom das noites de arte e cultura no Cine Brasília.

Sinfonia brasiliense

A Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro também fez um espetáculo para presentear a cidade em concerto no Eixo Cultural Ibero-americano.

No repertório, sob a batuta do maestro Cláudio Cohen, a orquestra executou números que encantam o público por onde passa, reunindo música clássica, trilhas de cinema, rock sinfônico e música brasileira. O concerto começou com Aquarela do Brasil, caminhou por um pot-pourri da banda Queen e seguiu caminho com inesquecíveis músicas da sétima arte, fazendo vibrar o público de todas as idades que prestigiou o evento. E, claro, não podia ficar de fora uma homenagem ao clássico brasiliense Eduardo e Mônica.

Panteão iluminado

No encerramento das atividades, a noite do Sorria, Brasília levou ao Centro Cultural Três Poderes uma atividade alternativa. O Panteão da Pátria, que fica na Praça dos Três Poderes, também fez parte da comemoração do aniversário da cidade. Além da exposição permanente, o local recebeu o projeto Brasília, Museu Aberto com projeção mapeada de artes visuais de artistas, como Orlando Brito, exibindo fotografias históricas.

*Com informação da Agência Brasília

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