Na maior convocação dos últimos anos, o Distrito Federal se prepara para receber um reforço significativo nas forças de segurança com a chegada de 1.260 novos policiais militares. Esses profissionais iniciaram o XI Curso de Formação de Praças (CFP XI) da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e, em breve, estarão prontos para atuar nas ruas da capital.
A cerimônia que recepcionou os futuros policiais, nesta sexta-feira (13), ocorreu no Complexo de Ensino da Polícia Militar (Cepom), em Taguatinga, e contou com a presença do governador Ibaneis Rocha. Na recepção aos militares, o chefe do Executivo destacou a presença de mulheres na formação. Elas representam 26,92% do novo efetivo, em conformidade com a nova interpretação do Supremo Tribunal Federal (STF) que retirou o limite de participação feminina nos quadros da PMDF. “A decisão foi bastante acertada no sentido de permitir uma maior participação das mulheres nesse concurso”, destacou Ibaneis Rocha.
O STF entendeu que o ato de estipular um teto de 10% das vagas para mulheres era inconstitucional por promover a desigualdade de gênero no funcionalismo público. Em cumprimento à decisão, foram convocadas 323 militares para o CFP XI.
Além de reforçar o efetivo nas ruas, o Governo do Distrito Federal (GDF) investe em ações que refletem no bom desempenho da capital em rankings nacionais, como o Atlas da Violência 2024, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Na pesquisa, referente aos dados de 2022, Brasília aparece entre as capitais mais seguras do país, com a segunda menor taxa de homicídio (13%) — ficando atrás apenas de Florianópolis (8,9%), capital de Santa Catarina.
“O compromisso do GDF é melhorar ainda mais a nossa segurança pública. Atualmente somos a segunda capital mais segura do Brasil, e vamos trabalhar para que, até 2026, conquistemos o primeiro lugar, que é onde merecemos estar”, ressaltou Ibaneis Rocha.
Para alcançar este objetivo, o GDF tem convocado militares para atuar nas ruas. Desde 2019, foram nomeados 3,9 mil militares da PMDF, entre oficiais e praças. Atualmente, a população conta com 9.829 efetivos responsáveis pelo policiamento — número que pode chegar a 11.089 com a inclusão dos novos integrantes do CFP XI.
“Para melhorarmos cada vez mais a segurança pública no DF, a formação de novos policiais é fundamental. Esse talvez seja o maior curso de formação de praças da história da PMDF e será um reforço que vai nos ajudar a reduzir ainda mais os índices de criminalidade e o déficit de policiais. Desde 2019, temos ampliado de modo sistemático o número de integrantes da corporação. Esforço que se mede pela sensação de segurança em nossa cidade e que colocou o DF como a segunda cidade mais segura de todo o país”, reforçou a vice-governadora Celina Leão.
Nessa mesma linha, o secretário em exercício de Segurança Pública, Alexandre Patury, destacou o quanto é necessário recompor os quadros da PMDF. “Os novos policiais chegam em um excelente momento”, disse. “A legislação mudou ao longo dos anos, isso fez com que muitos se aposentassem. Então, o nosso esforço é para retomar o efetivo e agora estamos aqui dando boas-vindas aos que chegam para somar”, concluiu Patury.
O CFP XI é o maior curso de formação da Polícia Militar nos últimos anos. Para receber os 1.260 alunos, o Cepom passou por reformas e ampliação de sua estrutura física. O treinamento terá duração de aproximadamente oito meses, e os alunos passarão por diversas fases.
“Ao todo, serão 1,4 mil horas de atividades intensas e a previsão é que a formatura seja no aniversário da corporação, em 13 de maio, para darmos à população, de presente de aniversário, esses 1,2 mil policiais militares”, revelou a comandante-geral da PMDF, coronel Ana Paula Barros Habka.
Após os primeiros meses de formação, os profissionais iniciarão o estágio supervisionado e, ao final do curso, serão distribuídos entre as unidades operacionais da PMDF para atuarem definitivamente nas ruas das cidades.
Futuros policiais
O Curso de Formação de Praças é a etapa inicial na carreira dos futuros militares. Durante a capacitação, os candidatos recebem treinamento teórico e prático, desenvolvendo habilidades essenciais para a atuação na segurança pública. Esse processo prepara os novos praças para enfrentar os desafios da profissão e contribuir de maneira significativa na segurança da comunidade.
“O papel de um policial militar é um dos mais essenciais na manutenção da paz e da segurança social. Eles estarão na linha de frente, enfrentando situações complexas e desafiadoras onde as habilidades adquiridas no curso de formação farão toda a diferença”, concluiu a comandante-geral Ana Paula Habka.
DF Mais Seguro
O bom desempenho no policiamento é um reflexo dos programas tocados pela Secretaria de Segurança Pública, como o DF Mais Seguro – Segurança Integral, que envolve a participação da sociedade civil e de diversos órgãos com o objetivo de reduzir a criminalidade e a violência, aumentando a sensação de segurança da população.
A capital registrou o menor número, neste mês, de vítimas de homicídios e de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) em 25 anos, como latrocínio e lesão corporal seguida de morte — resultado do investimento feito por este GDF em tecnologia, inteligência e capacitação.
No comparativo dos primeiros oito meses, a redução ficou em 18,7% em crimes desta natureza, como homicídios, feminicídios, latrocínio e lesão corporal seguida de morte. Isso representa 35 vidas poupadas em relação ao mesmo intervalo do ano passado, quando foi registrado o menor índice de homicídios dos últimos 47 anos.
O número de casos de homicídios também reduziu. Entre janeiro e agosto, este é o menor desde 2000, quando houve 403 casos. Na comparação entre o mesmo intervalo de 2023 e 2024, o número de vítimas reduziu 13,2%, com 131 ocorrências nos oito primeiros meses deste ano, contra 151 casos do ano passado, um número que evidencia que 20 vidas foram preservadas graças à atuação das forças de segurança.
Em relação aos crimes contra o patrimônio, a redução ficou em 15% nas modalidades delituosas monitoradas prioritariamente pela pasta, que englobam os roubos a transeunte (-19,6%), em residência (-29,9%), de veículo (-20,7%), em transporte coletivo (-51,8%), em comércio (-31,6%) e o furto em veículo, modalidade que fechou o período sem variação percentual (com um caso a menos). A queda no índice representa 2.304 ocorrências a menos, o que demonstra a efetividade dos programas implementados.
Estadão conteúdo