Menu
Brasília

Mãe de Gabrielly acredita que Leonardo teve intenção de matar a jovem

Wildiane Miranda afirma que a filha estava com a boca machucada, o que indica uma agressão. “Os policiais encontraram roupas e dinheiro no carro dele, ou seja, ele queria fugir”, alega a mulher

Vítor Mendonça

15/01/2020 15h06

Wildiane da Silva Sousa Miranda, mãe de Gabrielly Miranda, morta com um tiro na cabeça na última terça-feira (14), relatou ao Jornal de Brasília que não acredita na versão contada por Leonardo à polícia. Segundo o que viu no Instituto Médico Legal (IML), o tiro foi na parte de cima da cabeça. “Se fosse roleta-russa, o tiro teria sido na lateral ou na frente do rosto e não onde foi”, contou.

“Ela também estava com a boca machucada, então ele agrediu ela antes de matar. De alguma forma ele atraiu ela para a casa dele”, continuou. A desconfiança se deu pelas evidências encontradas no carro do algoz. “Os policiais encontraram roupas e dinheiro no carro dele, ou seja, ele queria fugir. O azar dele é que a gasolina do carro acabou e ele precisou voltar pra casa”, ressaltou a mãe. 

De acordo com Wildiane, o início do relacionamento não mostrava nenhum sinal de conflito entre os dois. “Eles se conheceram na quadra 423 daqui de Samambaia. No início era um mar de rosas. Só depois que ele começou a ficar agressivo”, continuou a matriarca.

O histórico de violência deixava a família e os amigos apreensivos sobre o futuro de Gabrielly. “Ela me falava das agressões. Direto eu ia buscar ela na casa dele”, contou a mãe. “É não foi uma ou duas vezes, foram várias.” 

“Ela só caiu em si quando ele viajou com outra mulher para o Rio de Janeiro (RJ), daí ela não quis mais e ficou com ódio dele”. Daí em diante, as ameaças do algoz passaram a ser constantes e mais incisivas. Gabrielly chegou a bloquear Leonardo das redes sociais, conforme relatou em áudios enviados a amigas do colégio.

Gabrielly era a primeira da três filhas de Wildiane e havia completado 18 anos em novembro. As irmãs mais novas têm 8 e 2 anos. A irmã mais velha e a caçula, que tem paralisia cerebral, eram próximas. “Quando ela vinha aqui, as duas não desgrudavam”, lembra a mãe.

Ameaças

A jovem morta com um tiro na cabeça na última terça-feira (14) na quadra 425 de Samambaia vinha sendo ameaçada pelo namorado, autor do disparo. Apesar de Leonardo Pereira dos Santos, 31 anos, contar que matou Gabrielly Miranda, 18, sem querer durante brincadeira de roleta-russa, áudios que Gabrielly enviou para amigas dias antes mostram que Leonardo vinha ameaçando-a de morte.

Gabrielly afirma que chegou a bloquear Leonardo em aplicativo de conversa. Ele, então, criou um perfil em outra rede social para segui-la, e ela o bloqueou na rede. Depois, Leonardo ligou na avó de Gabrielly e pediu para falar com ela.

Gaby, como era chamada, decidiu atendê-lo. Na ligação, Leonardo disse que queria falar com a moça e que se ela recusasse, ele iria “dar um monte de tiro”. Ouça:

Após as ameaças, a família teria cogitado ir a uma delegacia de polícia e relatar o caso. Aflita, a avó de Gabrielly disse que estava com medo de ele causar algum mal à jovem, direta ou indiretamente, após a denúncia. Gaby, então, decidiu esperar. “Eu to pensando em esperar para ver se ele vai vir atrás, se vai fazer alguma coisa. Também não sei, né, se ele vir ele já vem pra me matar, sei lá. Agora fiquei foi com medo.”

Na manhã de terça-feira (14), a família de Gabrielly amanheceu com a notícia de que a jovem havia sido morta com um tiro na cabeça. Leonardo chamou a Polícia Militar (PMDF) e contou que atirou na companheira após ambos brincarem de roleta-russa. A mãe de Gabrielly, no entanto, não acredita na versão e afirma que já havia aconselhado a filha a terminar o relacionamento com o autor do crime.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado