Não basta dividir o mesmo teto e responsabilidades do dia a dia. O sonho da maioria dos casais, mesmo nos tempos modernos, ainda é subir ao altar e oficializar a união conjugal. A tão sonhada cerimônia de casamento vai muito além da troca de alianças e do registro civil. Dizer o sim perante a família em um cenário com o tradicional tapete vermelho, arranjo de flores e música ao vivo também fazem parte do sonho. Para a mulher, a tão chegada hora de vestir-se de noiva, maquiar-se e ir ao encontro do noivo é um dos momentos mais aguardados da vida e que ficará registrado em fotos e na memória para sempre.
E, para realizar este sonho de uma maneira diferente, 105 casais do Distrito Federal uniram oficialmente seus laços na tarde de ontem no Lago do Pedalinho, no Parque da Cidade Dona Sarah Kubitschek, em cerimônia que marcou o primeiro casamento coletivo da história no local. Um a um, os casais assinaram a união sob os olhares atentos de um juiz de paz.
O ato fez parte da 9ª edição do projeto Alma Gêmea, iniciativa da Secretaria de Justiça do Distrito Federal. Desde que o projeto foi criado, em 2012, mais de 550 casais realizaram o sonho de trocar as alianças em cerimônia oficial.
Sem empecilhos
E para quem quer casar, a situação econômica e a diferença de idade não são empecilhos, basta ter amor. O casal Edivaldo Rodrigues de Souza, 60 anos, e Ana Paula Pereira, 36, moram juntos há 17 anos e somente agora realizam o sonho matrimonial.
Ana Paula conta que foi amor à primeira vista. “A irmã dele comprou a casa do lado da minha, e ele se mudou para lá. Eu estava lavando roupa e ele mexendo no telhado quando nos conhecemos, e estamos juntos até hoje.”
Os dois têm filhos de um primeiro casamento, e mesmo que as uniões não tenham dado certo no passado, Edivaldo acredita que nunca é tarde para procurar a felicidade em outros braços. “Já pensávamos em nos casar e agora apareceu essa oportunidade”, afirmou.
Planos para o futuro
Na fila de casais, o atendente Jorge Eustaquio de Ferreira Júnior, de 30 anos, e a dona de casa Jessika Zaquetti, de 23 anos, aguardavam ansiosos para selarem oficialmente a união. Ela muito nervosa e o futuro marido descontraído, planejam viver juntos por muitos anos. “Depois de hoje, quero viver pelo menos mais uns 50 anos de felicidade”, comentou Júnior. “Os nossos tios se conheceram e casaram. E foi por meio deles que também nos conhecemos e começamos a namorar”, lembrou Jessika.
A história de Cristiano Gonçalves do Prado, de 36 anos, e Maria do Carmo Alves, de 56 anos, começou há dez anos quando eles trabalhavam juntos numa empresa. Religioso, o casal decidiu oficializar a união. “A gente já pensava nisso, mas sempre ia deixando para depois. Agora veio essa oportunidade. Fomos ensinados que um casal deve oficializar sua união”, frisou Maria do Carmo.
De acordo com o secretário de Justiça do DF, Jefferson Ribeiro, o gasto é de R$ 285 por pessoa participante do casamento coletivo.