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Brasília

Hospitais públicos do DF atingem capacidade máxima

Os Hospitais Regionais de Sobradinho, Ceilândia, Santa Maria, Paranoá, Gama, Taguatinga e Asa Norte operam em bandeira vermelha

Redação Jornal de Brasília

24/03/2022 18h54

Foto: Vinicius de Melo/Agência Brasília

Por Amanda Karolyne
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De 16 hospitais públicos, 7 unidades estão superlotadas. Os Hospitais Regionais de Sobradinho, Ceilândia, Santa Maria, Paranoá, Gama, Taguatinga e Asa Norte operam em bandeira vermelha, atendendo apenas pacientes graves. Segundo a Secretaria de Saúde, os demais casos devem se encaminhar para as UPAs.

A pasta informou também, que as bandeiras nos hospitais são avaliadas a cada 6 horas. “Pois o cenário pode mudar dentro deste período, ou mesmo em menor tempo”, explica em nota. Ainda segundo a Secretaria, a superlotação se dá por diversos fatores, entre eles: movimentação no giro de leitos, altas precoces com encaminhamento responsável ambulatorial e articulação com referências de emergência para atendimento do fluxo represado para Unidades de Pronto-Atendimento (Upas), Unidades Básicas de Saúde (UBSs), além dos hospitais regionais.

A SES-DF ressalta que os hospitais podem decretar as chamadas “bandeiras” para atendimento nos prontos-socorros, de acordo com a demanda recebida e internação. E salienta que as bandeiras decretadas nos hospitais não afetam o atendimento nas Upas e UBSs. Sendo assim, fazem a recomendação de que os pacientes sem gravidade busquem o atendimento nesses locais, que são os mais adequados a quadros clínicos que não requerem urgência. Além disso, a secretaria destaca que as cirurgias eletivas e de urgência não são afetadas pela decretação de bandeiras nas unidades de saúde. Os atendimentos de emergência da rede pública do Distrito Federal seguem a Portaria nº 386/17, que estabelece diretrizes de contingenciamento em caso de necessidade.

De acordo com a nota da Secretaria de Saúde, a pasta tem trabalhado para que quadros como esses sejam menos frequentes. Recentemente, foram convocados 79 novos médicos temporários, para reforçar o atendimento assistencial. Há ainda a expectativa de lançamento de edital de novo concurso público até o fim deste mês para que o déficit de profissionais seja gradativamente suprido.

Em coletiva de imprensa, o secretário-adjunto de Assistência à Saúde, Pedro Zancanaro, aponta que os atendimentos que são prioridade na operação em bandeira vermelha, são os de nível vermelho ou laranja, e que na triagem, quem for classificado como verde, amarelo ou com quadro moderado de doença, deve procurar as Upas. Ele ressalta que as portas de entrada do Sistema de Saúde são: Unidades Básicas de Saúde para pacientes com quadros leves; Unidades de Pronto Atendimento para pacientes com quadros moderados; e pacientes com risco de vida devem procurar os hospitais. “E uma vez que os hospitais entram em bandeira vermelha, são orientados a aumentar o giro de leitos, ativar hospitais de referência para hospitais que não são centrais, e fazer facturação com as UPAs para que os atendimentos sejam enviados para essas unidades. A gente tem sim, uma grande quantidade de pessoas se internando, provavelmente como represamento causado pela pandemia”, frisa.

A espera de atendimento

Uma das muitas mães que esperam atendimento para o filho, Janaína Rodrigues da Silva, 37, merendeira, já foi em vários hospitais atrás de pediatra e não está encontrando. O filho, Davi Luiz, 6 anos, está com suspeita de dengue e COVID-19, mas segundo Janaína, ninguém o atende. “Um monte de mãe lá dentro, está desesperada para ser atendida e não consegue. E agora não tem médico só quando surgir vaga”, relata. Janaína procurou atendimento no Guará e Ceilândia, chegou a visitar uma UPA, mas não encontra pediatra disponível em lugar algum.

Fagner Damião, 35, Motorista de aplicativo, foi ao Hospital Regional de Ceilândia com a filha que estava com dengue, mas chegando lá não foi atendido, porque estava super lotado. Ontem eles foram encaminhados para o Hospital Regional de Taguatinga, onde estavam esperando atendimento. Segundo Fagner, dentro da emergência está lotado. “Como é um hospital velho, e a população está cada dia aumentando, não tem como eles suprir o atendimento”, Fagner opina. Ele observou que existe até uma equipe grande para o atendimento, pique falta são os equipamentos para tal.

Já Maria dos Remédios, 51, autônoma, está aguardando atendimento no Hospital Regional de Taguatinga desde as dez horas da manhã. A filha bateu a cabeça e está com muita dor. Elas estavam esperando para fazer o raio-x, e até as 16h, ainda estava sem comer, quando uma amiga veio a ajudar para que ela saísse.

Demora de atendimento na UPA

Márcia Regilene, 46 anos, monitora escolar, foi ao Hospital Regional de Ceilândia, mas a encaminharam pra upa, onde está aguardando desde às 10h. Segundo o atendimento na recepção, tem um médico que está atendendo, mas para Márcia e outros pacientes que estão aguardando, não passam informação de quanto tempo vai demorar para serem chamados. “É direito da gente saber para se organizar”.

Maria Lúcia Pereira das Neves Alencar, 54, doméstica, veio procurar internação para o marido. Vieram para a UPA da Ceilândia, depois de passarem pelo Hospital da Ceilândia. “E quando chego aqui às 14h, só sou atendida no final da tarde porque enfrentei a doutora. Ela disse que o caso dele é só no hospital de base. Péssimo atendimento tratam mal, a funcionária trata quem está esperando, igual cachorro”, afirma.

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