O Governo do Distrito Federal vai rescindir o contrato com a fornecedora Sanoli, empresa de alimentos que abastece alguns hospitais da rede pública de saúde local. A decisão vem após entraves relacionados a pagamentos de funcionários.
A rescisão foi anunciada através de nota da Secretaria de Saúde do DF. “A empresa vem descumprindo o contrato e trazendo prejuízo à Saúde do DF e, por isso, buscará, de forma legal, a rescisão”, afirmou. A pasta deixou claro que a decisão se dá por ordem do governador Ibaneis Rocha.
Greve
A Sanoli atuava nos hospitais regionais de Ceilândia, Gama, Samambaia, Asa Norte, Guará, Santa Maria e Hospital Materno Infantil, além das seis unidades de pronto atendimento espalhadas pelo DF. Os cerca de 2,5 mil funcionários deram início a uma greve nas últimas semanas por falta de pagamento. A empresa alega que não pagou os trabalhadores por não ter recebido cerca de R$ 42 milhões da Secretaria de Saúde do DF (SES-DF) desde 2014, valor referente a uma atualização financeira dos valores da data-base dos funcionários.
Sobre a acusação, a Secretaria de Saúde sinaliza que as cobranças são indevidas até que a Justiça determine o pagamento. “A reivindicação da empresa é de reajustes nos serviços prestados em 2014, em que os pagamentos eram realizados por verba indenizatória. Essa cobrança não pode ser paga pela pasta sem uma decisão judicial favorável à empresa.
No domingo (19), a Sanoli quitou a folha de pagamento dos 2,5 mil funcionários da empresa. O funcionamento dos refeitórios dos hospitais regionais de Ceilândia, Gama, Samambaia, Asa Norte, Guará, Santa Maria e Hospital Materno Infantil, além das seis unidades de pronto atendimento espalhadas pelo DF, foi normalizado.
Empresa diz que não demitiu grevistas
A assessoria da Sanoli argumenta que ninguém foi demitido por conta das mobilizações. “Se alguém foi demitido, foi por outros motivos. Como ocorre em qualquer outra empresa”, afirma a companhia.
Mas não é o que alega Agenilton Francisco, de 29 anos. Demitido em 31 de dezembro, o ex-auxiliar de confeitaria do Hospital Regional do Gama (HRG) ficou por três anos e cinco meses na empresa, que não explicou o motivo da dispensa. “Eles me chamaram e disseram que a empresa estava me desligando. Mas tenho certeza que foi devido à greve. Eles falam uma data prevista para o pagamento sair, e nada de cair na nossa conta”, relata.
Agenilton tem tido prejuízos desde que não recebe do antigo trabalho. “Paguei faturas atrasadas de cartão de crédito e de aluguel da minha casa. E fui dispensado na hora de pagar o boleto do último mês. Os atrasos começaram há quatro meses, quando a gente fazia greve direto nos hospitais. A Sanoli argumenta que o motivo é a dívida com o GDF, inclusive uma dívida que tem desde 2014”, diz o ex-funcionário da empresa.