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Brasília

Funcionários da Anapolina protestam por salários atrasados

Arquivo Geral

23/04/2014 9h53

Motoristas e cobradores da Viação Anapolina protestam em frente a sede da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e cobram soluções para as pendências trabalhistas que a empresa deve a eles. Segundo o sindicato da categoria, os rodoviários estão há dois meses sem receber salários e auxílio-alimentação. Cerca de 500 pessoas participam doprotesto e o sindicato espera outros 700.

Segundo a cobradora Rosiane Maria da Silva, 20 anos, a empresa não procurou nenhum funcionário para se explicar. “É um absurdo, não deram nenhuma satisfação para nós. Já que eles não querem diálogo, nos vamos protestar e cobrar do governo. Queremos apenas o que é nosso por direito”, afirma.

O motorista Sandro da Silva, 37 anos, está há seis anos na Anapolina e revela que está há três meses sem receber salário. “Tirei férias e desde então não me pagaram. Não houve consideração nenhuma por todos nós que trabalhamos em ônibus péssimos e que quebram constantemente”, disse. Além disso, Sandro critica a falta de posicionamento da Vian: “Quando pedimos respostas para a empresa, dizem que não é possível fazer nada”.

Os rodoviários disseram ainda que estão pagando passagem nos veículos das novas empresas, uma vez que os motoristas não aceitam que eles entrem pela porta traseira.

Sem acordo

Mesmo sem trabalhar, os rodoviários ainda tem vínculos empregatícios com a Viação Anapolina. De acordo com o sindicato, foi tentado um acordo para que motoristas e cobradores fossem demitidos e que outras empresas pudessem os contratar, mas a categoria não chegou a um acordo e os funcionários permanecem contratados pela empresa. Auxiliar de escritório, Mariana de Oliveira, 17 anos, pede por uma solução do problema. “Ou fecha a empresa de uma vez ou retoma as atividades com pagamento. Do jeito que está, não pode ficar”, argumenta. 

Segundo o diretor-secretário do Sindicato dos Rodoviários do Entorno Sul José Moreira, o sindicato busca soluções junto a ANTT e a Viação Anapolina. “Estamos com uma pauta de reivindicações, entre elas a retirada de piratas e a volta imediata da Anapolina para que os funcionários trabalhem normalmente e recebam seus salários. Não foi dada a baixa na carteira de trabalho de nenhum deles, o que possibilita o retorno ao trabalho”, explica, acrescentando que, caso os contratos sejam encerrados, a intenção é que novas frotas e empresas contratem os funcionários prejudicados.

Nesta quarta-feira (23) completou 16 dias que a Vian parou de circular na região do Entorno Sul do Distrito Federal. Os rodoviários da empresa afirmam que a Vian e a ANTT não deu satisfação a eles sobre a paralisação geral das linhas, que estão sendo operadas por novas empresas contratadas emergencialmente.

Sem combustível

A paralisação das linhas da Vian teve início após a empresa alegar que não havia combustível nas garagens para os veículos circularem. No entanto, o Sindicato dos Rodoviários do Entorno Sul informou que o óleo diesel para abastecer os veículos chegou há mais de dez dias, mas a empresa não permite que os ônibus saiam das garagens.

A alegação da empresa, segundo o Sindicato, é que não há dinheiro em caixa para pagar os rodoviários. A Anapolina foi procurada pela reportagem, mas nenhum diretor ou representante foi encontrado para falar. A situação da empresa é precária: ônibus velhos e em más condições para circular. Os rodoviários cobram da Agência de Transportes uma solução amigável, uma vez que a agência é detendora das linhas que a Anapolina operava.

Os funcionários se deslocaram do Jardim Ingá, Cidade Ocidental e Lago Azul em treze ônibus da empresa. Um grupo de rodoviários entrou para uma reunião com representantes da ANTT. O protesto segue sem hora para terminar. A Polícia Militar acompanha a manifestação.

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