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Brasília

Finados: cemitério de Taguatinga tem grande movimento de visitantes

Sejus destaca 600 mil pessoas nos seis cemitérios do Distrito Federal

Amanda Karolyne

02/11/2023 19h01

Foto: Agência Brasília

Os cemitérios do Distrito Federal receberam milhares de visitantes neste Dia de Finados (2). De acordo com a estimativa da Secretaria de Justiça (Sejus), a expectativa era que 600 mil pessoas fossem aos seis Campos da Esperança espalhados pelo DF (Asa Sul, Taguatinga, Gama, Brazlândia, Planaltina e Sobradinho).

O cemitério Campo da Esperança de Taguatinga estava bem movimentado ao longo desta quinta-feira (2). Rozildo Cavalcante, 61 anos, motorista, costuma visitar o local rotineiramente, junto da esposa, para prestar homenagens ao filho Andrea Victor, que morreu aos 18 anos, em 2012. Neste feriado, Rozildo foi sozinho porque a mulher está viajando. “Por isso estou gravando um vídeo para ela”, contou.

Com uma cadeira na mão, ele seguiu a caminho do túmulo do filho em meio a muitos outros que também estavam homenageando os que já se foram. “Uma forma de homenagear, de o termos presente a nós. Quanto mais distante a gente fica, vai esquecendo, então a gente vem pra manter as lembranças vivas”, comentou.

Ele afirma que o tempo não parece ter passado desde que o filho se foi. “Para nós, ele continua do mesmo jeito. Para nós acabou de acontecer, a gente sente demais”. Ele salienta que a dor de perder um filho é radical, e os pais sentem de corpo e alma.

Para contrariar as palavras da esposa dele, que jurou que o dia da morte do filho não ia existir, eles ganharam uma netinha no mesmo dia, anos depois. “Aurora, minha netinha. Você acredita que ela nasceu no mesmo dia que marca a morte do meu filho?”, questionou.

Kelvia Karine Costa Chaves de Oliveira, 39, técnica de enfermagem, e o marido João Lúcio de Oliveira, 48, motorista de aplicativo, costumam visitar o túmulo dos pais de Lúcio. Segundo Kelvia, eles não têm ido ao local com a mesma frequência de antes. “Mas Dia de Finados a gente sempre vem. É importante que visitemos os mortos e rezemos por eles”, adiciona. “É o nosso único futuro certo”, complementa Lúcio.

A família de Maria Lenira da Silva Pereira, 59, funcionária pública, perdeu recentemente um membro e, segundo ela, a dor está grande. Ela e o marido, José de Deus Pereira, 64, administrador, juntamente com os filhos Bruna da Silva, 26, dona de casa, Arthur Ricardo da Silva, 33, motorista, e os netos Charlotte e Pedro, foram para o Dia de Finados para homenagear Wanderlei, 40 anos. Ele era o filho mais velho de Maria. “Estamos tentando nos recuperar, mas é difícil”, conta a matriarca.

Segundo Bruna, o coração de todos está apertado desde que o irmão se foi, mas todos têm se ajudado mutuamente, “um dando força para o outro”. Ela explica que foram muitas coisas que se sucederam à morte do irmão. “A gente morava junto, e eu me mudei, dias depois meu irmão morreu, e depois disso, meu filho nasceu”, descreveu.

Para Maria, visitar os entes queridos é uma tradição no Dia de Finados. “Venho ver meu pai, irmão e irmã, que estão aqui também”. Para ela, a missa do dia de finados é uma benção. “Acalma e dá paz e tranquilidade no coração”.

Foi disponibilizado pela Sejus uma tenda em cada unidade. para atendimento aos visitantes que desejarem informações relacionadas aos serviços cemiteriais e funerários, e para assuntos relacionados a visitas

Ao longo do dia, estavam a disposição, vans para acesso ao interior dos cemitérios da Asa Sul, Taguatinga, Gama e Sobradinho. Durante todo o dia, em todos os cemitérios ocorreram missas conduzidas pela Arquidiocese de Brasília em tendas disponibilizadas pela Concessionária Campo da Esperança.

O serviço da Ouvidoria da Sejus também foi disponibilizado, para registro de reclamações, denúncias e sugestões pertinentes aos serviços de cemitério. A ação foi de responsabilidade da Subsecretaria de Assuntos Funerários (Suaf), com a colaboração da Ouvidoria e das demais subsecretarias do Órgão.

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