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Brasília

Fim do agendamento entra no radar do GDF

No total, a capital federal já vacinou, até ontem, 1.209.244 pessoas com a D1, 447.937 com a D2 e 47.201 com dose única

Catarina Lima

26/07/2021 6h26

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Foto: Breno Esaki/Agência Saúde-DF

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, classificou como “extremamente positivos” os três dias do mutirão de vacinação sem agendamento no Distrito Federal. Indagada se o novo modelo será mantido, a Secretaria de Saúde informou que com o fim do mutirão, na tarde de ontem, será feita uma avaliação da vacinação por demanda espontânea, quando não é preciso marcar.

Nos primeiros dois dias do mutirão, última sexta-feira, dia 23, e no sábado, 24, foram vacinadas 119.938 pessoas contra a covid. No primeiro dia, 76.922 pessoas receberam a vacina – 60.473 com a primeira dose, conhecida por D1 e 16.213, com D2 – e no sábado a vacinação atingiu 43.016 – sendo 38.547 com a primeira dose e 4.003, com a segunda. No total, a capital federal já vacinou, até ontem, 1.209.244 pessoas com a D1, 447.937 com a D2 e 47.201 com dose única.

Ação no STJ

Ao longo do dia de ontem, a Secretaria de Saúde fez atualizações dos postos de vacinação que já não dispunham mais de doses. Antes das 16 horas, 22 pontos não tinham mais imunizantes. Alguns dos locais onde as vacinas se esgotaram antes das 17 horas foram os postos do Shopping Iguatemi e as UBSs de 1 a 10. O Distrito Federal entrou com ação junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para garantir que o governo federal encaminhe para o DF 250 mil doses extras, que segundo o governo local são para repor a vacinação que o DF fez em pessoas de outros estados e em servidores federais.

Queda na média móvel

Enquanto o DF busca avançar na vacinação, a média móvel de mortes dos últimos sete dias por covid foi de 11,14, menor que nos sete dias imediatamente anteriores, de 14,28. De acordo com a Gerência de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde, foram notificadas nove mortes por covid nas últimas 24 horas. Das vítimas, oito eram do sexo masculino e uma do feminino. Um dos óbitos ocorreu no dia 22 de junho e os demais entre 16 e 25 de julho. Todos eram moradores do Distrito Federal.

Com relação aos novos casos, verificou-se 712 novos infectados pela doença em 24 horas. Com os casos notificados ontem, aumentou para 446.136 o número total de infecções por coronavírus registradas desde o dia 23 de fevereiro de 2020, quando Brasília diagnosticou a primeira vítima de covid-19. Destes, 430.030 se recuperaram e 9.557, ou 2.1%, evoluíram para óbito.

Dos óbitos, 822 são de pessoas residentes em outros estados, sendo 705 de Goiás (entorno), dois do Amapá, 16 da Bahia, 35 de Minas Gerais, três do Rio de Janeiro, cinco de São Paulo, três do Tocantins, seis do Mato Grosso, um do Mato Grosso do Sul, 28 do Amazonas, sete de Roraima, quatro de Rondônia, três do Maranhão, um do Acre e um de Santa Catarina, um do Piauí e um do Ceará.

Estudos comprovam eficácia das vacinas

Para quem ainda questiona a importância das vacinas contra as consequências da covid-19, novos estudos comprovam que a melhor maneira de evitar danos graves ou leves da doença é mesmo a imunização. A Coronavac, por exemplo, tem alta efetividade contra mortes por covid-19 mesmo entre idosos e em locais em que a variante Gama (P.1) é predominante, indica estudo que analisou dados de pacientes com 70 anos ou mais. Nesse grupo, a proteção do imunizante contra óbitos foi de 71,4%. A pesquisa também sugere que a efetividade da Coronavac pode cair entre os idosos com 80 anos ou mais – esses dados, no entanto, são preliminares.

O estudo é do grupo Vebra Covid-19, que reúne pesquisadores brasileiros e estrangeiros de instituições como Fiocruz, Incor e Instituto Global de Saúde de Barcelona para avaliar a efetividade das vacinas em uso no Brasil. Ele foi publicado na plataforma MedRxiv na semana passada e ainda está na fase pré-print – não foi revisado por pares.

Segundo o estudo, com 43 mil pessoas em São Paulo, embora a proteção média nesse grupo populacional seja de 71,4% contra mortes, ela varia de 87,1% (no grupo de 75 a 79 anos) a 49,9% (80 anos ou mais). Os índices referem-se a pessoas já imunizadas há mais de 14 dias com a 2 dose da vacina.

Esse dado, embora sugira queda de proteção com a idade, não tem precisão e não deve gerar pânico nem ser usado como argumento para a defesa de revacinação, explicou um dos autores do estudo, o infectologista Julio Croda, da Fiocruz. “Até 79 anos, a efetividade da vacina foi excelente. A queda ocorreu a partir dos 80 anos, em uma população que já responde mal a qualquer vacina.

Podemos afirmar que a queda de efetividade mostra uma tendência, mas não podemos ser categóricos que esse índice é o correto porque os números não têm poder estatístico”, disse. Outros especialistas destacam que a queda de proteção entre idosos mais velhos é esperada e não justifica dose de reforço nesse público hoje.

 

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