O Cruzeiro, região administrativa do Distrito Federal, recebeu nesta última segunda-feira (15), a edição especial “Mulheres Empreendedoras do Campo e da Cidade” da Feira do Trabalho e do Campo. Realizada até o dia 20 de dezembro, ao lado da Feira Permanente do Cruzeiro, a iniciativa marca o Dia Nacional da Economia Solidária e reforça o protagonismo das mulheres na geração de renda, na valorização da produção local e no fortalecimento de práticas econômicas baseadas na cooperação, sustentabilidade e inclusão produtiva.
Voltada especialmente ao empreendedorismo feminino, a feira aproxima produtoras rurais, empreendedoras urbanas e consumidoras em um espaço que vai além da comercialização. Ao longo dos seis dias de programação, o público tem acesso a produtos do campo, alimentos artesanais, artesanato, além de cursos, palestras, oficinas e atividades formativas que buscam ampliar oportunidades de negócio e fortalecer a autonomia econômica das mulheres.
Ao Jornal de Brasília, o subsecretário de Economia Solidária do Distrito Federal, Jorge Azevedo, diz que a escolha da data de abertura é simbólica e estratégica. “O Dia Nacional da Economia Solidária representa a valorização de um modelo econômico mais justo, inclusivo e colaborativo. Marcar essa data com um evento que coloca as mulheres no centro das políticas de geração de trabalho e renda reafirma o compromisso do Governo do Distrito Federal com a promoção da autonomia econômica feminina e a redução das desigualdades sociais”, afirmou. Segundo ele, a feira transforma a economia solidária em prática concreta no território, ao criar espaços reais de comercialização, fortalecer redes de cooperação e garantir geração de renda de forma digna e sustentável.
A ação integra as estratégias do Governo do Distrito Federal para o fortalecimento da economia solidária e o incentivo ao empreendedorismo feminino, com realização do Instituto Acolher, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda do Distrito Federal (Sedet-DF).
Presidente do Instituto Acolher, Tamires Rodrigues Feitosa destaca ao JBr que a proposta da edição especial é gerar impactos duradouros na vida das participantes. “Ofertamos informação de qualidade para o crescimento dos negócios urbanos e rurais, espaço gratuito e estruturado para comercialização, sem atravessadores, e um ambiente que favorece a criação de relações entre mulheres empreendedoras, fortalecendo uma cadeia de economia solidária”, explicou.
Para ela, as atividades formativas são fundamentais para a permanência dessas mulheres na economia solidária. “Elas passam a entender que não estão sozinhas, têm acesso a informação qualificada e conhecem caminhos para o crescimento pessoal e dos seus negócios”, completou.
Atividades na Feira
Entre as atividades previstas estão momentos de integração, troca de experiências, networking e até oficinas práticas. De acordo com a produtora executiva do projeto, Solisangela Montes, a feira foi pensada como um espaço de encontro e fortalecimento coletivo. “As mulheres vão se conhecer, fazer networking, apresentar seus negócios, trocar experiências e exercitar essa sororidade. Também teremos oficina de elaboração de projetos e captação de recursos para empreendimentos coordenados por mulheres”, afirmou.
Segundo Solisangela, o acesso à informação de qualidade, aliado ao espaço gratuito de venda, abre novas portas e amplia a geração de trabalho e renda.
Na prática, a feira já reflete essa troca entre campo e cidade. Integrantes da Rede Mulheres da Terra Cerrado e da Associação dos Moradores do Núcleo Rural Fascinação (AMF), as feirantes Luiza Oyapock, 27 anos, pesquisadora florestal e manualista, e Karla Gontijo, 46, liderança comunitária da Ponte Alta Sul do Gama, destacam a importância da visibilidade. Karla reforça que a feira representa uma oportunidade ímpar para as mulheres do campo. “É muito importante a agente estar aqui. Além de comercializar, ganhamos visibilidade. Ainda falta muito esse olhar para a sensibilidade, e o incentivo para as mulheres do campo, e estar aqui é um grande passo”, declara a feirante Gontijo.
No estande, elas apresentam a diversidade da produção feminina rural: sabão artesanal, pimentas, ervas desidratadas e medicinais, xaropes, mel, artesanato, tapetes, pulseiras e colares. Parte dos produtos é resultado do agroextrativismo sustentável e do uso consciente de matérias-primas do Cerrado. “Buscamos criar produtos a partir do Cerrado, fortalecendo a economia criativa nos territórios e valorizando o que é produzido pelas mulheres nas comunidades”, explicou a feiranteLuiza.
Serviço:
Feira do Trabalho e do Campo – Edição Especial “Mulheres Empreendedoras do Campo e da Cidade”
Data: 15 a 20 de dezembro
Horário: 10h às 20h
Local: Ao lado da Feira Permanente do Cruzeiro
Entrada: Gratuita
