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Brasília

Ex-secretário da SSP-DF diz que a ordem era prender os manifestantes

O ex-secretário quis falar somente sobre os atos ocorridos em 12 de dezembro de 2022, já que deixou o cargo neste ano

Camila Bairros

23/03/2023 13h00

Foto: Reprodução

Na manhã desta quinta-feira (23), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) se reuniu mais uma vez para ouvir os depoimentos do ex-secretário de Segurança Pública do DF Júlio Danilo e do tenente-coronel da Polícia Militar do DF Jorge Henrique da Silva Pinto.

O objetivo era esclarecer possíveis falhas operacionais e de planejamento que levaram à invasão do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e STF no dia 8 de janeiro deste ano.

Júlio Danilo esteve no cargo de chefe da SSP-DF até o dia 2 de janeiro de 2023, ou seja, coordenou a segurança da capital federal durante a posse do presidente Lula. Depois, Anderson Torres assumiu a função.

Naquele dia da invasão à Praça dos Três Poderes, Júlio já havia retornado à Polícia Federal, ocupando o cargo de delegado. No depoimento, ele disse que não participou da elaboração do plano de segurança do dia 8 de janeiro.

Entretanto, o acampamento dos manifestantes já estava montado desde o final de outubro de 2022, pois começou após o resultado das eleições. Sobre esse assunto, o ex-secretário disse que acompanhou a montagem do acampamento desde o início, mas que todos imaginavam ser algo pacífico, já que manifestações são comuns em Brasília.

“Chegamos a colocar à disposição do Exército Brasileiro a estrutura do GDF para que a gente pudesse desmontar o acampamento de forma pacífica”, disse Júlio,

Como ele se recusou a falar sobre o dia 8 de janeiro, quando já não estava no cargo, o ex-secretário foi questionado sobre a manfiestação ocorrida no dia 12 de dezembro, que aconteceu após o ato de prisão do Cacique Serere. Naquela ocasião, vândalos colocaram fogo em carros e ônibus, derrubaram caçambas e árvores, e também destruíram fachadas de prédios. “A ordem era prender”, disse ele. Entretanto, ninguém foi preso.

“Esse ato não foi controlado porque decorreu do ato de prisão. Mas assim que tomamos conhecimento que havia necessidade de contenção do distúrbio, acionamos toda a estrutura”.

Júlio assumiu o cargo em março de 2021 e, segundo ele, logo foi elaborado, em conjunto com sua equipe e com o GDF, um plano de ação, que seria válido pelos próximos quatro anos. Sobre isso, Vigilante, presidente da CPI, disse que ‘Tudo foi planejado e nada foi executado, isso que me preocupa’.

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