Raphaella Sconetto
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Nove pessoas foram presas na manhã desta quinta-feira (21) suspeitas de abrir empresas de fachada para aplicar golpes. Denominada Calabouço, a operação foi deflagrada pela 15ª Delegacia de Polícia, em Ceilândia Centro. Estima-se que a empresa chegou a faturar R$ 3 milhões em um ano.
A operação começou com o registro de ocorrência de uma empresa vítima do golpe e após a ocorrência a Polícia Civil percebeu outros registros em delegacias diferentes, referentes a essa mesma organização que fraudava boleto de pagamento. “No início, tratava como um desacordo comercial, uma mera inadimplência, mas depois começou a chamar a atenção e resolvemos investigar”, contou o delegado André Leite, responsável pela investigação, que calcula um prejuízo de mais de 500 mil com os golpes.
De acordo com o delegado, para abrir as empresas, os estelionatários utilizavam os nomes de pessoas com baixa instrução para serem os laranjas. “Era uma coisa meio estranha, principalmente quando a gente olhava a parte societária da empresa. Tinha o dono da empresa, e essa pessoa tinha a profissão de carroceiro”, destacou André Leite.
Os suspeitos compravam mercadorias, não pagavam por elas e quando começavam os protestos pelo pagamento decretavam a falência e abriam outra empresa. O grupo revendia os produtos adquiridos por preço abaixo de 50% do valor de nota, como ventiladores e sanduicheiras, para pequenos comércios em todo o Distrito Federal.
Durante a operação, a Polícia Civil descobriu fraudes em registros contábeis, assinaturas falsificadas de contadores e um demonstrativo de resultado super valorizado, que mostrava um faturamento de 3 milhões por ano.
Após quatro meses de investigação, hoje foi identificado 11 pessoas envolvidas, sendo que nove pessoas foram presas, uma delas, o proprietário de um mercado em Samambaia que foi pego em flagrante. Dois suspeitos ainda estão foragidos.
A Polícia apreendeu três caminhões de mercadorias e mais uma grande quantidade de notas fiscais. “Ainda há muita coisa para analisar para descobrirmos as vítimas e fazer a restituição dos objetos”, conclui o delegado André Leite.