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Brasília

Dia das Crianças: comércio tem expectativa de aumento nas vendas

Arquivo Geral

10/10/2018 7h00

Foto: Rayra Paiva Franco

Rafaela Panceri
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O comércio do Distrito Federal deve faturar 8% a mais no Dia das Crianças, em comparação com o ano passado. Nas lojas de brinquedos, estima-se um movimento 17% maior em razão do feriado de 12 de outubro. Já no comércio de sapatos e confecções, a expectativa é de ganhos 4% maiores.

A média local, calculada pela Federação do Comércio do DF (Fecomércio), é semelhante à nacional, divulgada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). As instituições indicam, porém, que o período eleitoral é um termômetro para o comportamento do consumidor.

Otimismo

Em todo o Brasil, a expectativa é de que o varejo deve movimentar cerca de R$ 9,4 bilhões. Enquanto, em 2017, 67% dos entrevistados pelas instituições compraram presentes na data, 72% indicaram a intenção neste ano — em especial as mulheres (77%). As instituições sinalizaram que o otimismo por parte do consumidor se deve “à lenta retomada da economia”.

No DF, o gasto médio é cotado na faixa dos R$ 162, cifra que, na média nacional, é de R$ 187 — um dado curioso, já que a renda per capita de Brasília é maior que a dos outros estados.

“O segundo semestre é sempre melhor”, analisa o vice-presidente da Fecomércio-DF, Edson de Castro, que avalia como otimista o setor nesta temporada. “Os lojistas fizeram compras maiores e estão com estoques mais abastecidos. As lojas estão preparadas para vender.” Para este período, indica, os produtos mais cotados são brinquedos, chocolates, sapatos e roupas.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-DF), José Carlos Magalhães, avalia que a situação do comércio local é ainda melhor que a nacional. “Grande parte dos trabalhadores recebe salários do governo local e federal e está pagando em dia. A única coisa que preocupa é o número de desempregados”, pondera. Mesmo assim, entende, o consumidor está com mais vontade de gastar dinheiro.

Gastos controlados para presentear

“As compras estão represadas, mas o consumidor está mais consciente”, diz o presidente da CDL-DF. “ A maioria pretende comprar à vista e investir em produtos úteis para a criança, como lancheiras, mochilas, roupas e tênis.”

Não é o caso da vendedora Meirylania Anjos, 37, que pesquisava preços para comprar o presente pedido por sua filha de dez anos – uma boneca reborn, brinquedo parecido com um bebê humano e que, feito de silicone e vinil, pode custar até R$ 700. “Encontrei a mais barata por R$ 200, mas ainda não me decidi”, disse.

Leila Gomes com o filho: “Ainda não decidi o que vou comprar“. Foto: Rayra Paiva Franco

A artesã Leila Gomes, 39, tem hábitos de compra mais tradicionais e presenteia o filho de 11 anos com tênis, roupas ou brinquedos todos os anos. Mas este ano pode ser diferente. “Ainda não decidi o que vou comprar, porque antes ele pedia coisas mais baratas. Neste ano, quer trocar o videogame. Evoluiu da roupa e do sapato para os eletrônicos”, contou.

O militar Jhordan dos Santos Barbosa, 21, foi ao shopping decidido a comprar uma piscina inflável para a afilhada de um ano de idade. “Dividi o valor [R$ 70] com minha irmã e a madrinha”, detalhou. “Já tínhamos pensado em comprar isso porque vimos a nenê em uma piscina maior. Ela gostou muito. Agora terá uma só para ela.”

Outro bebê que ganhará presente nessa faixa de preço é o filho da dona de casa Mayara Saboia, 26. “Acaba sendo um brinquedo, nessa idade de um ano e sete meses”, adiantou. Ela e o marido devem voltar hoje às lojas , preparados para gastar em torno de R$ 80 com uma pista de carrinhos.

Mayara Saboia vai investir em uma boneca que pode custar até R$ 700. “Encontrei a mais barata, por R$ 200”. Foto: Rayra Paiva Franco

Segundo turno

Apesar de o comércio registrar bons índices de venda em relação ao último ano, a CDL-DF e a Fecomércio-DF consideram que o período eleitoral pode retirar ou devolver a esperança do consumidor na economia.

“Acabamos de passar por uma eleição e vamos ter segundo turno”, pontua o presidente da CDL-DF. “Sempre há expectativa de que, com novo governo, tudo melhore. A data é um termômetro para o Natal. Se tudo correr bem no 28 de outubro, dezembro será promissor”.

Assim também raciocina o vice-presidente da Fecomércio-DF: “O comércio tem sentido melhora devido às eleições, mas é preciso cautela. Muita gente está desempregada e com o pé no freio esperando pelo que vai acontecer”.


Saiba Mais

Os impactos da crise econômica ainda estão presentes no cotidiano do brasileiro e contribuem para que boa parte da população gaste menos na data, de acordo com o CNDL e o Serviço de Proteção ao Crédito.

A principal razão para que haja um freio no consumo é o orçamento apertado – 34%, conforme a pesquisa.

Desse grupo, 18% estão desempregados e, por isso, se consideram impossibilitados de comprar.

Já 9% têm outras prioridades de aquisição, como carro e imóvel.

Há ainda o indicativo de 8% , quantificando os que precisam quitar dívidas em atraso.

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