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Brasília

CPI: bolsonarista achava que teria sua casa invadida por sem-teto

Armando foi liberado do presídio, mas segue sendo monitorado por tornozeleira eletrônica. Ele diz ter se arrependido da tentativa de golpe

Camila Bairros

31/08/2023 13h52

Foto: Eurico Eduardo / Agência CLDF

Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do DF (CLDF), que investiga participantes e financiadores dos atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro deste ano, o autônomo Armando Valentin Settin Lopes de Andrade, de 46 anos, confessou ter participado do ocorrido motivado por uma notícia falsa.

Ele acabou detido em flagrante horas depois da invasão à Praça dos Três Poderes. À CPI, ele disse que logo após a derrota de Bolsonaro nas eleições, ele lembrou de uma fake news onde falavam sobre uma possível invasão de pessoas nas casas das pessoas mais ricas.

“Antes, quando a Dilma tinha saído da Presidência da República, eu me lembro de uma ocasião em que diziam que quem tinha uma casa com três quartos ou quatro quartos, e se alguém estivesse na rua, sem teto ou casa, eu teria de ceder um dos quartos do imóvel onde morasse. Eu fiquei traumatizado. Isso me chocou. A televisão faz isso”, alegou em depoimento.

Nessa hora, Chico Vigilante (PT), que é o presidente da CPI, questionou se Armando viu alguma casa ser invadida ou se alguma pessoa em situação de rua foi abrigada nas condições mencionadas pelo depoente, e ele negou.

O bolsonarista assumiu ter frequentado o acampamento golpista por mais de 40 dias, o que foi o suficiente para estabelecer uma relação de confiança com lideranças da área. Assim, descobriu que atentados a bomba estavam sendo planejados, assim como outras ações de terrorismo pela capital federal.

Armando foi liberado do presídio, mas segue sendo monitorado por tornozeleira eletrônica. Ele diz ter se arrependido da tentativa de golpe, e pediu “desculpas pelo Brasil”.

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