Por Elisa Costa
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O Natal é só em dezembro, mas os comerciantes do Distrito Federal já estão se preparando para as vendas de fim de ano. No ano passado, a pandemia impactou diretamente os varejistas e lojistas devido às restrições de horário e público, como parte das medidas preventivas contra o Covid-19, esse ano, o intuito é retomar o ritmo de vendas.
De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista do DF (Sindivarejista), em agosto de 2020, cerca de 540 lojas da Asa Sul estavam fechadas, por conta de dívidas, queda nas vendas, falta de segurança, entre outros motivos. Este ano, o número caiu para 433, contabilizando uma queda de 19,8% no número de estabelecimentos fechados. Até dezembro, a expectativa é que o número caia para 370.
No final de 2020, as vendas no período natalino no Distrito Federal registraram um aumento de 2,5%, porém, ainda ficou abaixo da estimativa inicial entre 3% e 3,5%, segundo o Sindivarejista. “No ano passado, a maioria do comércio registrou uma taxa negativa nas vendas, de -2%. Apenas os setores de Roupas, Calçados, Brinquedos e Objetos para o Lar venderam positivamente”, contou o presidente do sindicato, Edson de Castro.
Segundo os dados mais recentes do Sindivarejista, em 2021, o Dia das Mães, o Dia dos Pais e o Dia dos Namorados registraram 9% de alta nas vendas. Estima-se que o Dia das Crianças (12 de outubro) gere um aumento de 6 a 7 por cento, porém, a expectativa para o Natal de 2021 é de uma alta de 12%: “O número é surpreendente, felizmente por conta do avanço da vacinação no Distrito Federal. Com a população imunizada, as pessoas vão para a rua. O consumidor cansou de ficar em casa”, explica Edson de Castro.
Mudanças nos métodos de venda
O analista de sistemas Lucas Taveiras, brasiliense de 26 anos, tem seu próprio negócio de venda, manutenção e conserto de celulares, no SIA, a LTL Cell Celulares. Durante a pandemia, Lucas contou que a sala comercial onde atua com seus parceiros se manteve aberta na medida do possível, mas a empresa decidiu adotar a divulgação on-line dos produtos e o serviço de delivery para a realização dos consertos. “Estávamos com um baixo fluxo de renda, mas com essas adaptações deu para manter de pé”, contou o jovem.
Com relação às expectativas para o fim deste ano, Lucas comentou: “Agora, com o aumento de pessoas vacinadas, nossa expectativa é que tudo melhore. Nossa projeção só tende a crescer daqui para frente, mas acreditamos que somente em fevereiro de 2022 nosso fluxo de vendas esteja praticamente normal”.
Caio Alcântara é sócio-proprietário da Rafaela Brandão Doceria, que fechou as portas da sua loja física em 2020, por problemas financeiros e administrativos decorrentes da pandemia. A saída também foi trabalhar com os serviços on-line e de delivery, mas a surpresa veio com a análise dos números: “Tivemos um aumento exorbitante de vendas e o desenvolvimento previsto para um ano foi concluído em apenas uma semana. E depois que as pessoas se tornaram mais receptivas com o sistema de entregas à domicílio, em um ano de trabalho, todas as metas previstas para sete anos de empresa foram alcançadas. Chegamos a vender mais de 1.500 panetones em 2020, apenas através das entregas.”, contou Caio.
Para as festas de fim de ano, Caio relata que a preparação e produção dos doces já começou por lá: “As preparações para o Natal começam em Maio e se estendem até o Ano Novo, porque precisamos de todo esse tempo para trabalhar o cardápio, novas receitas, qualidade e adaptações de embalagens. No ano passado, por exemplo, vendemos mais 1.500 panetones”.
Com a flexibilização das restrições ao comércio no DF, a doceria pretende reabrir sua loja física no Plano Piloto nos próximos meses, para retomar as vendas presenciais, mas principalmente, para chamar a atenção e criar um contato mais próximo com novos e antigos clientes.
