Menu
Brasília

Comemoração do Dia do Empreendedorismo Feminino

DF e SP concentram 40% das mulheres com ensino superior do Brasil, maiores números do país

Redação Jornal de Brasília

19/11/2021 5h30

Atualizada 18/11/2021 18h45

Foto: arquivo pessoal

Amanda Karolyne
[email protected]

Comparadas aos homens no mercado de trabalho, as mulheres empreendedoras têm maior grau de escolaridade, 49% delas são chefes de domicílio, são mais jovens, ganham menos, têm a estrutura de trabalho mais simples e empregam menos. Isso, segundo dados da pesquisa sobre empreendedorismo feminino no Brasil feita pelo Sebrae. No Distrito Federal, são 119.147 as mulheres empreendedoras, que representam 1% de 8,6 milhões de Donas de Negócio no Brasil. Em São Paulo e DF, estão concentrados os maiores números de mulheres que possuem nível superior, ambos representam 40% das empreendedoras formadas. Para comemorar o Dia do Empreendedorismo Feminino, conheça algumas empreendedoras que atuam no Distrito Federal.

Vinda de São Paulo, o Japa Vegana é o primeiro delivery sustentável e com base em plantas do mundo, e o primeiro delivery de culinária japonesa vegano em Brasília. A empresa é comandada por Candy Saabedra, 45, e Barbara Burnier, 40. A jornada das duas começou três anos atrás em São Paulo, porque além do nicho vegano ser muito grande, Candy conta que a questão da consciência ambiental era algo que as atraiu para esse meio. “A ideia era abrir um restaurante que fale um pouco disso, do veganismo, vegetarianismo, e também que tivesse embalagem biodegradável”, aponta.

Ela é formada em cinema e Bárbara foi transferida para o CCBB de Brasília, então elas ficaram no dilema de fechar ou não a empresa, mas a marca estava rodando de forma autêntica e então elas resolveram trazer com elas para a capital. São quase quatro meses atuando em Brasília, e Candy comenta que aqui o esquema do empreendimento mudou um pouco. “O brasiliense gosta muito da ideia ambiental e querer se alimentar melhor repensando as questões ambientais, e o molde foi um pouco diferente de São Paulo. Aqui funciona como delivery, mas como take away com o encontro de trocar ideia, porque o brasiliense é muito parecido com o carioca que gosta de conversar e trocar ideia sobre alimentação”, conta.

Para Candy, quando você entra para o mundo do empreendedorismo é por querer curar alguma dor quando. “Era uma dor muito minha por amar culinária japonesa, mas era vegana a muito tempo”, comenta. Então ela e Bárbara foram sonhando juntas com um um restaurante japonês vegano, fizeram pesquisa de opinião e viram que tinha público. E que era uma dor de várias pessoas. “Daí tem que saber lidar bem onde que é negócio e onde que é casamento. A gente sonhou juntas com o projeto e acabou casando no meio do caminho”, destaca Bárbara.

As duas chegaram a apresentar a ideia no Shark Tank Brasil dois anos atrás. “Foi uma experiência muito legal para fortalecer o trabalho”, destaca Bárbara. Candy acredita que quando se tem o dia do empreendedorismo feminino, é importante ouvir as dores das outras empreendedoras. “E por isso que eu fui para o programa porque queria falar sobre as dores e escutar a das outras. Quanto à mulher temos que nos ajudar umas as outras”, frisa. O mundo é muito patriarcal, segundo Candy, e são muitas barreiras para as empreendedoras. “Não é fácil, você tá comandando uma empresa e ter que lidar com vários fornecedores, a mulher sempre vai ser tida como fácil de dobrar e você tem que ser dura nas negociações e não só temos a empresa pra cuidar, como temos a vida’, aponta Candy, para a dupla jornada das empreendedoras.

Brincando que como empreendedora feminina, ela e Bárbara cuidam da empresa com coração de mãe, e fazendo esse movimento, demoram mais a contratar, até contratando mulheres com menos experiência e dando treinamento. “É como ser mulher na vida, a gente leva a nossa empresa com o coração muito mais que com a razão”, adiciona Bárbara. Isso porque elas tentam trazer equidade para dentro da equipe, mas acaba que no começo foi difícil encontrar “sushi woman” e tiveram de buscar um “sushiman” para ensinar as mulheres a culinária japonesa. Um exemplo que a dona do Japa Vegana cita, é o de receber currículo de muitos homens e somente de poucas mulheres porque as mulheres não tem as mesmas oportunidades que os homens. “E eu acredito que temos de olhar com mais carinho para esses currículos femininos”, completa.

Universo infantil e impacto ambiental

Dona da loja online de roupas de banho infantil Floresta BeachWear, Roberta Fernandes, 44, deixou a atuação como dentista, para empreender no universo infantil. Segundo ela, a paixão pelo universo da criança e por projetos sociais ligados à questão ambiental a levou para o empreendedorismo. Ela pensou numa marca que pudesse trabalhar com crianças, com foco na consciência ambiental.

Um dos desafios que enfrentou, foi porque se preparou um ano inteiro para inaugurar a loja, mas veio a pandemia junto com a inauguração de seu negócio. Ela começou focada em parcerias e como poderia impactar as crianças e passar informações importantes de consciência ambiental. Inclusive, ela conta que a embaixadora da marca é a Nina Gomes do Instituto Mar Urbano, uma organização ambiental parceira da loja. “A pegada da Floresta BeachWear é mais com propósito ambiental do que comercial”, frisa.

A loja trabalha com peças infantis de proteção UV50+ para priorizar o descarte do uso de filtro solar. Os produtos são reutilizados depois em um projeto para transformar os restos de tecido em pochetes.

Para Roberta, é desafiador ser empreendedora, ela tem três filhas e tenta ser um exemplo e passar confiança para suas meninas. E justamente pela questão da maternidade que montou a empresa. Mas ela aponta que tudo para a mulher é mais complicado, entretanto, como a marca e a proposta é diferenciada, ela fez parcerias muito legais que a ajudaram a continuar no meio. Como mulher de negócios, ela gosta de trazer inovação sempre. Cita os cartões que às vezes manda junto com os produtos, com bichinhos e informações e curiosidades sobre onde eles moram. “As crianças se amarram”, brinca. Ela também já colocou etiqueta de papel de semente nos produtos para as crianças plantarem.

“A questão é conciliar a maternidade e o trabalho, é como se tivesse um sinal amarelo onde a mulher tá sempre ligada”, comenta Roberta. Ela acredita que mesmo com todos os desafios, a mulher tenha mais gás para trabalhar, é como se essas coisas motivasse mais ainda a mulher.

Lista com alguns empreendimentos femininos no Distrito Federal

• Lautha Studio Eyes – estética
• Casinha Café – alimentação
• Os Bordados da Victória – acessórios
• Tati Leonardi Makeup – estética
• Brechó Delass – Roupas
• Nina Miu – Lingeries sustentáveis

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado