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Brasília

Cinema disponibiliza sessão para crianças com autismo

Arquivo Geral

28/07/2016 11h00

Shutterstock

Ana Lúcia Ferreira
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Som ambiente, sala à meia luz e muita diversão. Esta é a promessa da apresentação única que o projeto Sessão Azul traz a Brasília na manhã do próximo domingo (31). Crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) juntos com suas famílias poderão assistir a uma sessão de cinema no Boulervard Shopping, na Asa Norte.

O projeto será realizado em parceria com clínicas da Capital e terá o acompanhamento de profissionais que ficarão à disposição durante todo o filme das crianças e de seus familiares.

Segundo a produção, na sessão será utilizado um padrão e uma metodologia que permite o conforto e a segurança dos participantes. Voluntários serão treinados para atender a demanda de crianças com autismo que estão indo ao cinema pela primeira vez.

De acordo com Carolina Salviano, psicóloga e criadora do projeto, o trabalho serve para inserir a cultura na vida dessas crianças e adolescentes. Para ela, inclusão é fundamental no tratamento deles. “Muitos pais ficam em casa ou deixam de sair com seus filhos por vergonha ou por não saber lidar com a situação. É uma oportunidade de aprender e desenvolver com outras crianças”, ressalta.

O ambiente será adaptado para atender as necessidades específicas dos autistas. A animação que será transmitida foi escolhida pelo público por meio de votação na internet. Durante a exibição de “Procurando Dory”, a plateia poderá utilizar o espaço para andar, dançar, cantar e se divertir. A sessão é destinada a crianças com autismo mas, será aberta ao público em geral.

“É importante que outras pessoas além das que convivem com crianças e adolescentes com autismo se envolvam no projeto. Faz parte do processo de inclusão a socialização entre todos”, afirma Carolina.”Precisamos de projetos que facilitem a inclusão dessas pessoas, e estamos dando o primeiro passo”, conclui.

Mães aprovam

A novidade fez brilhar os olhinhos de algumas mães do DF. Inara Ramos, 25 anos, acredita que o projeto é um facilitador para que ela possa aproximar o filho, de quatro anos, de outras crianças com o mesmo transtorno. “Cada criança reage de um jeito. Meu filho não gosta de barulho e tem medo do escuro. Com o ambiente adaptado ele terá a oportunidade de estar próximo de outras pessoas sem que estranhe totalmente o local”, disse.

Anny Kirley e o filho Vinicius (Reprodução/Facebook)

Anny Kirley e o filho Vinicius (Reprodução/Facebook)

A mãe Anny Kirley de Sá, de 28 anos, também aprova o projeto. Seu filho Vinicius, de seis anos, frequenta desde os quatro as salas de cinema. Apesar de procurar inserir o filho em ambientes convencionais, a turismóloga ressalta que a iniciativa serve para quebrar o gelo que alguns pais e familiares sentem por receio das reações à locais públicos que possam causar desconforto.

“A inclusão com outras crianças e pessoas que não sejam iguais aos nossos filhos é fundamental. Até mesmo para o crescimento educacional. Meu filho estuda em uma escola comum e o desenvolvimento social dele melhorou bastante. É importante desde cedo compreender que as pessoas são diferentes. Vinicius tem limitações como qualquer outra criança”, pondera.

Perspectivas

O objetivo do projeto é que a ida ao cinema funcione como uma extensão do trabalho terapêutico realizado com as crianças. Para a idealizadora Carolina caso a sessão saia como planejado, o projeto poderá se tornar fixo em Brasília. “Vamos torcer para que a aceitação seja proporcional a nossa vontade. Nosso desejo é fazer ações como essa pelo menos uma vez ao mês”, planeja.

As mães agradecem a iniciativa. “Se em todas as áreas de lazer tivéssemos um espaço de inclusão, tudo seria mais acessível e as pessoas poderiam compreender melhor as dificuldades e limitações de nossos filhos”, desabafa Inara Ramos.

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