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Brasília

Ceilândia é presenteada com um monumento no Guará

Nem todo brasiliense sabe, mas Ceilândia nasceu atrás de onde hoje é o Museu Vivo da Memória Candanga, no Guará

Redação Jornal de Brasília

27/03/2023 10h32

Foto: Taís Castro

Poucas pessoas sabem, mas a região mais populosa do Distrito Federal, Ceilândia, nasceu atrás de onde hoje é o Museu Vivo da Memória Candanga, no Guará. Em alusão a este passado, foi inaugurado, no último sábado, o monumento “Sonho de morar”, que comemora também os 52 anos de Ceilândia.

O “Sonho de Morar” é uma escultura de ferro com cerca de 3 metros de altura e 2,5 metros de largura. Trata-se de homenagem do artista Gu da Cei à cidade e sua história.

O monumento tem uma placa com a frase “Ceilândia nasceu aqui” e representa uma mulher carregando uma casa na cabeça, acompanhada de seu filho. A inauguração do monumento contou com performances de artistas de Ceilândia. A intervenção faz parte da dissertação de mestrado em Artes Visuais (UnB) de Gu.

Foto: Taís Castro

A obra está localizada na área do Setor de Mansões IAPI, QE 56 e QE 58 do Guará, onde começou a Vila do IAPI, que abrigava as famílias candangas removidas para criar Ceilândia. Vila do IAPI porque ficava atrás do alojamento do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI) e Hospital Juscelino Kubitschek de Oliveira, o primeiro de Brasília, que em 1990 se transformou no Museu Vivo da Memória Candanga.

“O monumento surge da necessidade de resgatar e evidenciar a história da nossa cidade. Ele fala sobre direito à moradia, direito à cidade, políticas públicas de exclusão e sonho da casa própria”, declara o artista.

O gabinete do deputado distrital Max Maciel fez uma indicação ao Poder Executivo, por intermédio da administração do Guará, para oficializar o monumento na região. “A obra promove o fortalecimento das relações entre as comunidades dessas cidades. Além disso, a obra de arte em si será uma atração turística e cultural para a região”, destaca o documento protocolado pelo parlamentar.

Em 1971, a Campanha de Erradicação de Invasões (CEI) removeu mais de 80 mil pessoas para Ceilândia com a justificativa de proteção ambiental. A transferência para a região sem nenhuma infraestrutura urbana na época provocou queda na qualidade de vida e influenciou negativamente nos índices da então nova cidade.

Com o monumento, Ceilândia agora tem um novo símbolo para relembrar sua história e suas raízes.

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