Menu
Brasília

DF tem redução de 97% nos casos de dengue no início de 2025

Primeira semana do ano registrou 196 casos da doença, já no mesmo período de 2024 foram contabilizados 8.228

Carolina Freitas

07/01/2025 13h01

whatsapp image 2025 01 07 at 12.47.53

O GDF apresentou, nesta terça-feira (7), dados e ações do governo para o combate à dengue em 2025 | Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília

Após o Distrito Federal registrar uma das piores epidemias de dengue da história em 2024, o número de casos da doença na primeira semana de 2025 sofreu uma redução de 97,6% em comparação ao mesmo período do ano passado. Apesar da queda, foram notificados nos primeiros sete dias deste ano 196 casos de dengue, enquanto que em 2024 foram 8.228. Os dados foram divulgados pelo Governo do Distrito Federal (GDF), nesta terça-feira (07), por meio de coletiva de imprensa, no Palácio do Buriti.

Mesmo com a redução, a governadora em Exercício, Celina Leão, enfatizou a importância de manter o foco no combate à dengue. “Apesar de termos um panorama diferente do ano passado, nós não podemos recuar um centímetro das ações de combate a dengue. Pedimos que a população continue vigilante dentro das suas residências. Ainda não tivemos uma mudança de foco, continuamos com foco nas casas e, por isso, precisamos de uma atenção redobrada de todos. Sobre isso, pedimos atenção da população também em relação ao descarte irregular de lixo”, frisou Celina.

O secretário-chefe da Casa Civil, Gustavo Rocha, lembrou o momento turbulento que o DF passou em 2024, ressaltando que a capital federal registrou ano passado 278.301 casos prováveis de dengue, um aumento de 525,6% em relação a 2023, quando foram registrados 44.483 ocorrências. Apenas ano passado foram contabilizados 440 óbitos pela doença. “Ano passado foi a pior epidemia de dengue do país, e do DF. Em razão desta epidemia, todos os órgãos do governo implementaram ações e procedimentos novos, justamente para combater e minimizar o avanço da dengue ao longo dos anos seguintes”, disse Rocha.

A coletiva serviu para o GDF fazer uma balanço das ações desenvolvidas ao longo de 2024 no combate à dengue, e reforçá-las para 2025. O número de agentes de vigilância ambiental (AVAs) sofreu um aumento de 415 para 915 no ano passado. A quantidade de agentes comunitários de saúde (ACSs) foi de 800 para 1,2 mil, enquanto os auditores na linha de frente foram 81 para 131. A Defesa Civil também ampliou o número de agentes de 70 para 109.

O governo também investiu na tecnologia para o combate à dengue, com o uso de drones e a implementação do aplicativo eVisitas, utilizado pelos agentes para fazer o controle vetorial digitalmente com o apoio de smartphones. “O que fizemos ao longo de 2024 foi para minimizar o impacto da doença ao longo deste ano e reverberar nos anos seguintes, com essa mudança de procedimentos no DF”, salientou Rocha.

O número de estações disseminadoras de larvicida (EDLs), as chamadas armadilhas, passou de 2,3 mil para cerca de 4 mil. Após a instalação no Sol Nascente/Pôr do Sol, a expectativa é que as armadilhas cheguem à Água Quente e ao Recanto das Emas este ano. Também será ampliado o uso de ovitrampas, com um total de seis mil em 2025. Além disso, o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) poderá ter a capacidade de realização de testes para o diagnóstico da dengue e do sorotipo em circulação ampliada, de 500 para 1,5 mil.

Descarte irregular de lixo

Outro ponto de atenção em 2024 foi o combate ao descarte irregular de lixo no DF, que será intensificado este ano, inclusive com o aumento no valor da multa. Agora, quem for flagrado descartando lixo de forma errada poderá pagar uma multa de R$2,9 mil a R$29 mil, podendo chegar até R$200 mil em algumas situações. O GDF também pretende instalar 200 placas informativas em pontos de descarte irregular para alertar a população sobre deveres e cuidados com o mosquito aedes aegypti.

Com foco no combate à dengue, o Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal (SLU) vai ampliar o recolhimento do lixo para mais um turno. Além disso, estão previstas a troca de quatro mil lixeiras e a instalação de mais 100 papa-lixos e 20 papa-entulhos ao longo deste ano. “Se somarmos o que o SLU, Novacap e as administrações recolheram, temos mais de 1 milhão de toneladas de descarte irregular retiradas das ruas do DF. O descarte irregular é um foco de dengue. É importante a conscientização das pessoas”, disse Rocha.

Por meio da Secretaria de Estado de Proteção da Ordem Urbanística do Distrito Federal (DF Legal), o GDF está monitorando 200 áreas de risco onde as pessoas continuam fazendo o descarte irregular de lixo. As regiões administrativas que mais contam com áreas de risco e casos de dengue e, por isso, terão ações intensificadas em 2025, são: Paranoá, Varjão, Brazlândia, Itapoã, Núcleo Bandeirante, Sobradinho e São Sebastião.

“No âmbito da DF Legal, em 2024 tivemos algumas inovações, com foco nos locais de maior proliferação do mosquito da dengue. Foram realizadas mais de 21 mil ações fiscais, que geraram mais de R$4 milhões em multas”, frisou o secretário executivo da DF Legal, Francinaldo Oliveira. Este é um trabalho, que segundo o GDF, precisa ser feito todos os ano, para evitar novos picos da doença no período de chuvas intensas.

A população pode denunciar o descarte irregular de lixo na sua região por meio dos canais: 199 da Defesa Civil, 162 da Ouvidoria ou pelo site Ouve DF.

Vacina

Segundo o GDF, ainda não há previsão de ampliação do público-alvo da vacina da dengue. A faixa etária segue sendo de 10 a 14 anos. Conforme dados repassados na coletiva, até o momento, 80% deste público recebeu a primeira dose do imunizante, enquanto apenas 30% completaram o ciclo vacinal, com a segunda dose.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado