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Brasília

Brasilienses sonham com a vida pós-pandemia

Uns querem viajar, outros querem voltar aos estudos. Afinal, não custa sonhar né?

Redação Jornal de Brasília

29/05/2022 20h36

Por: Elisa Costa
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Com o fim do estado de calamidade pública no DF, os brasilienses podem, finalmente, planejar e colocar em prática os sonhos deixados para trás com a chegada da covid na cidade, no início de 2020. Muitos sonhos que foram esquecidos, e que agora, podem tomar forma, após 2 anos de restrições e medo. Segundo especialistas, as pessoas pensam principalmente em dedicar mais tempo para si mesmo e equilibrar o trabalho com o repouso.

Ingridy Sales, de 25 anos, é moradora de Sobradinho e ama viajar. Mesmo antes da pandemia, Ingridy já não viajava há uns 4 anos e com a chegada do vírus, o sonho ficou mais tempo na gaveta. A biomédica contou à reportagem que, atualmente, com o avanço da vacinação e a queda no número de mortes pela covid, se sente mais segura para sair de casa, só que mesmo assim, mantém os cuidados sanitários.

Sobre as viagens, ela explicou: “Quero muito ir para alguma praia do Nordeste e para o exterior. Meu sonho recente é ir para o México, mas ainda sem previsão por conta do meu trabalho. Pretendo me organizar para ir em breve”. A jovem destacou que mesmo deixando alguns desejos de lado, a pandemia lhe trouxe hábitos os quais ela vai cultivar ao longo da vida: “Durante a pandemia acabei cuidando mais de mim e da minha saúde física e mental. Vou levar isso adiante”.

A publicitária Taíssa Viana também tem planos para o período pós-pandêmico. A jovem de 26 anos, moradora do Cruzeiro Novo, quer começar a fazer uma pós-graduação, planejada para ter início no ano de 2023. Depois de muito tempo se sentindo insegura por conta da covid, ela finalmente se sente mais à vontade para sair de casa.

Contudo, os últimos dois anos deixaram consequências. “Tive que abrir mão do trabalho presencial porque meus pais são idosos e eu fiquei muito preocupada. Então decidi virar autônoma em 2020”, contou Taíssa. Com o “novo-normal” criado pela pandemia, ela passou a respeitar mais seus próprios limites, horários e desejos: “Também consigo enxergar melhor o lado das pessoas”, finalizou.

De acordo com o psicólogo Felipe Andrade, é comum que em momentos de reclusão o indivíduo fique mais reflexivo, isso explica a mudança e criação de novos hábitos pessoais de Taíssa e Ingridy, por exemplo: “É a partir de um momento de reflexão que a pessoa consegue reavaliar questões para tomar novas decisões, como dedicar mais tempo para si, para a família e intercalar trabalho e repouso. Esses incômodos poderiam ter passado despercebidos com a rotina pré-pandemia”.

O psicólogo afirmou que durante sua prática clínica, observou que no período de isolamento as pessoas estavam com dificuldade em lidar com as mudanças constantes no ambiente profissional, pessoal e sobretudo, emocional. “Já ultrapassamos dois anos de pandemia. Um período como esse que passamos e ainda estamos vivendo, foi bem longo, incerto, imprevisível e para muitos foi bem amedrontador”, acrescentou.

Para curar as marcas deixadas pelas restrições, Felipe alertou sobre a importância do processo terapêutico e aconselhou que os sonhos e planos estejam alinhados com a realidade do indivíduo. É preciso avaliar as condições para retomar certas atividades, como tempo, custo e benefícios. “Os sonhos e planos nos movem. Fazem a gente buscar algo que nos falta, a fim de saciar um desejo, porém eles precisam andar de mãos dadas com a realidade, para que possamos tornar essa caminhada mais leve e prazerosa”, finalizou.

O que dizem os dados

A retomada na atividade econômica pode ajudar muitos brasilienses a retomarem também seus sonhos e planos, já que muitos setores voltaram a trabalhar sem restrições. Com o aumento da produção, o emprego e a renda se tornam aliados daqueles que sofreram com os prejuízos financeiros da crise.

Segundo os dados da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), a economia da capital cresceu 7,5% no segundo trimestre de 2021. Os setores que apresentaram maior avanço foram a Indústria, Serviços e Construção. O presidente Jean Lima, acredita que um dos fatores favoráveis para a retomada é a queda na taxa de desemprego, que caiu de 21,6% para 18,7% entre junho de 2020 e de 2021.

De acordo com a companhia, conforme as restrições foram sendo amenizadas, a economia no DF e no Brasil passou a apresentar resultados mais positivos, revertendo perdas. Segundo as estatísticas, do segundo para o terceiro trimestre de 2021, o desempenho econômico no Distrito Federal subiu 2,4%, demonstrando uma retomada na atividade produtiva.

Com a preocupação da população diante a covid-19, muitos evitaram sair de casa. Com isso, o volume de vendas do serviço de transporte também sofreu as consequências. Em 2020, o índice do setor chegou a cair 41,9 pontos entre os dois primeiros trimestres. O número subiu gradativamente conforme o passar do tempo. Entre o primeiro e o segundo trimestre de 2021, o valor subiu 9,4 pontos e o índice voltou ao patamar do período pré-pandemia.

A Codeplan ainda apontou que entre março de 2020 e julho de 2021, houve maior número de deslocamentos com destino a mercados, farmácias e parques, enquanto houve queda no deslocamento a varejo e lazer.

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