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Brasília

Brasília sedia 38º Seminário Nacional NTU para discutir futuro do transporte público

Encontro reúne lideranças políticas e empresariais para debater financiamento, integração e modernização do setor no país

Redação Jornal de Brasília

12/08/2025 19h01

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Um dos destaques do evento foi discutir a importância da colaboração entre governos de diferentes instâncias para o progresso do transporte público | Fotos: Divulgação/Semob-DF

Teve início nesta terça-feira (12), em Brasília, o 38º Seminário Nacional da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), que reúne lideranças políticas e empresariais de todo o país para debater o futuro do transporte público. Entre os principais temas estão a sustentabilidade ambiental, social e de governança, além da modernização das políticas de financiamento e custeio do sistema, com foco em garantir acesso universal, continuidade do serviço e tarifas acessíveis.

Na abertura, os participantes discutiram a necessidade de separar tarifas e estabelecer subsídios para aumentar a qualidade do transporte coletivo. Também destacaram a importância da colaboração entre governo federal, estados, municípios e setor privado para enfrentar a queda no número de passageiros e o desequilíbrio dos sistemas em diferentes regiões do país.

A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, apresentou o programa Vai de Graça, que oferece gratuidade no transporte público aos domingos e feriados no DF. Desde março, o programa registra cerca de 460 mil acessos por domingo e gera impactos econômicos positivos, como o estímulo à cadeia produtiva local e à geração de empregos. Ela ressaltou que “não podemos falar em transporte público sem falar em infraestrutura e logística”.

O secretário de Transporte e Mobilidade do DF, Zeno Gonçalves, apontou para o desafio do complemento tarifário e a ausência de uma regulamentação nacional que garanta fontes estáveis de financiamento para todas as unidades federativas. Segundo ele, a universalização do transporte gratuito requer investimentos em infraestrutura e adaptações às mudanças no perfil de horários de trabalho.

Fábio Damasceno, presidente do Conselho Nacional de Secretários de Transporte e Mobilidade (Consetrans) e secretário do Espírito Santo, expressou preocupação com a forte dependência de subsídios, que pode comprometer a sustentabilidade do sistema. Para Damasceno, o setor precisa de investimentos contínuos e previsibilidade contratual para incentivar o planejamento de longo prazo, independentemente de mudanças políticas.

O debate reforçou a visão do transporte público como investimento estratégico, capaz de melhorar a qualidade de vida e o desenvolvimento. Zeno Gonçalves destacou que, embora a participação dos coletivos na matriz de transporte do DF tenha caído de 32% para 24% desde 2011, o governo local aumentou os investimentos, mantendo as tarifas congeladas desde 2020 e renovando a frota com veículos mais tecnológicos, seguros e menos poluentes.

Atualmente, cerca de 75% do custo do transporte no DF é financiado pelo orçamento geral, sem fontes específicas, diferentemente de áreas como saúde e educação, que possuem fundos vinculados por lei. Segundo o secretário, envolver o Congresso, a sociedade, entidades do setor e associações de usuários é fundamental para garantir financiamento estável ao transporte público.

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