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Brasília

Brasília perde voos para fora

Jornal de Brasília

07/06/2016 6h00

Josemar Gonçaves

Millena Lopes
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Depois do boom de ofertas de voos diretos de Brasília para destinos internacionais, as companhias aéreas vêm recuando e diminuindo as ofertas. A partir de setembro, a Latam deixará de operar a rota Brasília-Miami e a Air France o voo Brasília-Paris. A crise financeira é a justificativa de ambas as companhias, embora a Inframérica, que opera o Aeroporto Juscelino Kubitschek tenha registrado aumento de 2% na movimentação de passageiros no primeiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2015. Recentemente, a capital também perdeu voos para Buenos Aires, Orlando e Atlanta.

A Latam, por meio de nota, explica que a rota Brasília–Miami deixará de ser operada a partir de 1º de setembro. E os cortes não param por aí. “Conforme já foi anunciado, o Grupo Latam Airlines seguirá conservador na oferta de voos domésticos no Brasil para enfrentar os desafios do cenário atual no País”, diz o texto. A expectativa da companhia, que operava o destino há quase seis anos, é de que, ainda este ano, haja redução de 10% a 12% na oferta de voos no mercado brasileiro.

Os clientes de Brasília, justifica a Latam, poderão acessar o destino nos Estados Unidos a partir de conexão direta com os voos da companhia que partem de São Paulo e Rio de Janeiro.

Queda de demanda

Já a Air France deixará de operar Brasília-Paris a partir de 15 de setembro, dois anos depois de ter iniciado. A decisão, diz a companhia francesa em nota, foi tomada em virtude da queda da demanda na rota, “causada pela desaceleração econômica do Brasil, que implicou em uma pressão crescente sobre a receita unitária desde o fim de 2014”.

A partir de agora, quem quiser visitar a capital francesa poderá voar somente a partir das capitais paulista e fluminense, conforme a companhia, associada à Gol, “que oferece oito voos diários ligando os dois aeroportos à capital brasileira”.

Preços devem subir com menor concorrência

Nos últimos cinco anos, o bibliotecário Diego Paiva, de 28 anos, viajou para 12 países diferentes. Nos últimos tempos, tem evitado ir muito longe, em função, principalmente, da desvalorização do Real. “Agora, com menos voos disponíveis e menos concorrência, as passagens aumentam e a gente vai ficando à mercê das poucas companhias e elas podem cobrar o preço que quiserem”, observa.

Agora, a capital federal deve voltar a um cenário de oito ou nove anos atrás, com poucas companhias operando destinos internacionais. “E valores inacessíveis”, lembra o bibliotecário.
De tanto viajar, Paiva virou blogueiro. É colaborador do blog Nós no Mundo e viu as demandas de leitores por dicas de destinos internacionais diminuírem. “Se um casal, antes, gastava R$ 500 por dia em um destino, agora não gasta menos que R$ 1 mil”, arrisca ele.
américa do sul e caribe

E quem viajava mais de uma vez por ano, agora faz, no máximo, viagens para a América do Sul, ele diz. A última vez que Paiva fez as malas para sair do País foi para ir ao Peru, em novembro do ano passado. E não tem ideia de quando voltará a fazê-lo. “As últimas viagens foram para destinos entre América do Sul e Caribe”, conta.

Sobrarão seis rotas

Atualmente, Brasília tem voos diretos para oito cidades estrangeiras. Além das duas rotas que serão extintas em setembro – Latam para Miami e Air France para Paris – hoje, a Copa Airlines tem voos diários para o Panamá; A American Airlines continua a operar para Miami, também diariamente; A TAP tem quatro voos semanais para Lisboa; A Latam e a Gol disponibilizam quatro partidas por semana para Buenos Aires; A TAM opera três vezes por semana para Punta Cana.

Nas contas da Inframérica, de janeiro a março de 2015, 4.765.853 passageiros indo ou vindo do exterior circularam pelo Aeroporto Internacional de Brasília. No primeiro trimestre deste ano, o número foi 2% maior: 4.817.367 embarcaram ou desembarcaram de viagens internacionais no JK.

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