As ocorrências envolvendo incêndios em edifícios do DF registraram um aumento nos primeiros três meses de 2023 em comparação com o mesmo período do ano anterior. Ao Jornal de Brasília, o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) informou que, de janeiro a março, recebeu 564 ocorrências dessa natureza, sendo que, no mesmo período do ano passado foram registradas 458. Com isso, são 106 casos a mais. Os incêndios em edificações englobam prédios comerciais, escolares, residenciais, hospitalares e outros. Segundo a corporação, os dados de abril de 2023 ainda não foram compilados e os de maio estão em andamento.
Na madrugada do último domingo (21), uma residência na QNL 16 de Taguatinga Norte pegou fogo e as chamas atingiram o quarto, sala, colchão, roupas, sofá, TV e o forro do teto da casa. A equipe de bombeiros chegou ao local por volta das 3h e encontraram a moradora da casa consciente, porém agitada. Ela tem 42 anos, sofreu queimaduras nas vias aéreas e foi levada para o Hospital Regional de Ceilândia (HRC). À imprensa, o CBMDF informou que os agentes controlaram o fogo e evitaram que o incêndio se alastrasse para o restante da casa.
Passados uns 50 minutos após essa ocorrência, os bombeiros foram acionados para outro incêndio em Samambaia Sul, que atingiu cinco casas de uma vez só. “O incêndio ocorreu em uma edificação de madeira e se propagou rapidamente para as outras em um terreno de aproximadamente 200 metros quadrados”, explicou a corporação. De acordo com as informações dos bombeiros, os moradores já haviam saído de suas residências e com isso, a equipe combateu o incêndio de forma rápida e direta, para que não atingisse outras casas vizinhas. Um cachorro e um gato foram socorridos e entregues aos seus tutores.
No dia 15 de maio, há cerca de uma semanas atrás, um princípio de incêndio foi registrado pelo Corpo de Bombeiros em uma edificação multifamiliar na Chácara 294, em Vicente Pires. O incidente ocorreu em um apartamento de seis cômodos do terceiro andar do prédio, na área da cozinha. “O fogo consumiu a mangueira do botijão, parte do armário onde ele se encontrava, um fogão cooktop e parte de um forno”, contou o CBM, em nota. Segundo os bombeiros, não havia pessoas na casa na hora do incêndio e a moradora do local só chegou após a contenção do fogo.
Um dia antes, em 14 de maio, outra casa de madeira ficou em chamas em Taguatinga, no bairro 26 de Setembro. O incêndio foi generalizado mas nenhum morador sofreu ferimentos graves. A alta de incêndios residenciais têm aumentado desde o ano de 2021. Naquele ano, os bombeiros registraram 1.658 incêndios em prédios da capital federal. Em 2022, o número cresceu, com o registro de 2.024 ocorrências de incêndios em edificações do DF, contudo, desde 2021 não são registradas mortes em decorrência dessas ocorrências. Mesmo com o crescimento dos números, não existe uma explicação concreta sobre a causa desse aumento.
Cuidados
À reportagem do JBr, o CBMDF informou que as principais causas de incêndio em imóveis são a sobrecarga na fiação elétrica, velas acesas e panelas ligadas. Para evitar acidentes com a fiação, a recomendação é fazer uma vistoria na rede elétrica do local e não concentrar conexões em uma só tomada. No tocante, deve-se evitar dobrar ou amassar os fios elétricos, não puxar o plugue da tomada pelo cabo e não tocar nas partes metálicas dos plugues. Segundo a corporação, é importante também se atentar ao desligamento de fogões e bitucas de cigarros, mantendo ainda as substâncias inflamáveis em superfícies não inflamáveis.
Com relação às velas, o CBMDF aconselha que crianças não sejam deixadas sozinhas perto delas; que o cidadão evite mover a vela acesa; que a mantenha longe de cortinas, roupas, papéis e cabelos; e que não deixe a vela acesa ao sair de casa. À população, a corporação dá a alternativa de uso de lanternas e luminárias quando houver falta de energia. “20% dos incêndios que ocorrem em residências são ocasionados pelo uso de velas, sendo que, 30% desses incêndios com velas começam no quarto”, destaca o corpo. É importante também deixar itens de limpeza longe das crianças, pois são inflamáveis.
Segundo o Major Lima, do CBMDF, a maior parte dos incêndios que acontecem em casas ocorrem dentro das cozinhas. O superaquecimento de panelas de pressão é um exemplo de acidente constante que gera a necessidade de atendimentos do CBM, por isso, Lima aconselha sempre desligar a panela ao término da operação ou se for sair de casa, para que não ocorra um princípio de incêndio ou incêndio generalizado. Caso ocorra um princípio de incêndio, a recomendação é desligar o fornecimento de gás e utilizar um pano úmido para cobrir a panela.
Além disso, o acúmulo de lixo também deve ser evitado, já que materiais como papel, plástico e produtos químicos podem sofrer combustão espontânea se estiverem em locais quentes e/ou úmidos. Quando for deixar a sua residência, o cidadão deve lembrar de fechar todas as portas, isolando cada cômodo de forma particular para que um provável incêndio não seja propagado. Para pedir socorro dos bombeiros em ocasiões de incêndio basta ligar para o número 193, que é disponibilizado de forma gratuita. Desta forma, o atendente realiza a coleta de dados e os bombeiros determinam a forma de atendimento.
