Na noite da última quinta-feira (15), deputados distritais e especialistas em educação reuniram-se para discutir a respeito da criação da Universidade do Distrito Federal (UnDF). Por se tratar de um tema complexo, proposto pelo Poder Executivo por meio do Projeto de Lei Complementar nº 34/2020, uma série de debates têm sido feitas na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) antes da apreciação da matéria em plenário.
No debate, a diretora executiva da Fundação Universidade Aberta do Distrito Federal (FUNAB), Simone Benck, fez uma retrospectiva das diferentes legislações sobre educação superior no DF e lembrou que a criação da UnDF está prevista na Lei Orgânica. Benk também citou dados sobre escolarização em Brasília para justificar a necessidade da instituição. Segundo ela, em 2020, o DF apresentou o maior número nacional de anos de estudo por alunos na faixa etária de 18 e 19 anos, além de possuir uma média de conclusão da educação básica de 79,4%, maior que a média brasileira de 65%. Para a diretora, as estatísticas são resultado da renda local, uma vez que o DF possui o maior PIB per capta do país. Porém, há também um reflexo negativo nos índices de desigualdade.
“Enquanto a parcela dos 25% mais pobres do DF não alcança a média nacional em anos de estudo na faixa de 18 e 19 anos, os 25% mais ricos a superam. Eu pergunto: ‘Há equidade?’”. A especialista afirmou que o DF ocupa a terceira posição no ranking nacional de jovens que não estudam nem trabalham e que a falta de uma maior oferta de vagas no ensino superior pode estar relacionada. “O DF é uma das cinco Unidades da Federação que não têm uma universidade própria que possa contribuir para uma função social, corroborar com o desenvolvimento socioeconômico do DF e, principalmente, contribuir para a formação de cidadãos que retroalimentem tanto a gestão pública quanto os outros setores sociais”, concluiu.
Com informações da CLDF