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Brasília

As chuvas elevam riscos de choques elétricos

Prevenção é o melhor caminho contra acidentes durante temporais

Redação Jornal de Brasília

04/11/2025 19h21

Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

Por Carliane Gomes
redacao@grupojbr.com 

Com o retorno das chuvas ao Distrito Federal, cresce o alerta para acidentes causados por descargas elétricas. Até o momento neste ano, 146 ocorrências foram registradas, número próximo ao do ano passado, quando 179 casos foram contabilizados. De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), choques elétricos podem provocar queimaduras graves, parada cardiorrespiratória e até óbito, e a prevenção continua sendo a principal medida de proteção.

Segundo a corporação, os acidentes acontecem com mais frequência em residências, especialmente em instalações antigas, sem aterramento, com uso de extensões e “benjamins”, fios expostos ou áreas molhadas. “Comércios e obras também estão entre os locais de maior risco, devido ao uso de ferramentas elétricas em pisos úmidos, geradores e contato acidental com a rede elétrica. Em áreas externas, postes danificados, equipamentos expostos ao ar livre e água acumulada próximo a redes ou caixas de energia aumentam a exposição ao perigo”, explicou o CBMDF. Entre os fatores mais comuns estão instalações irregulares, “gambiarras”, ausência de DR, disjuntor diferencial residual, dispositivo que corta automaticamente a energia em caso de fuga de corrente, fios desencapados ou sobrecarregados, equipamentos elétricos em ambientes úmidos, contato com a rede durante serviços de poda, obras ou instalação de antenas, e cabos rompidos após temporais. “A água reduz a resistência elétrica e amplia a condução da corrente, tornando o período de chuvas ainda mais perigoso”, alertou.

Primeiros socorros

Em caso de choque elétrico, a orientação é não tocar na vítima enquanto ela estiver em contato com a eletricidade. “Sempre que possível, corte a energia pelo disjuntor principal. Se isso não for viável, afaste a pessoa com um objeto seco e não condutor, como madeira ou plástico, mantendo-se sobre superfície seca, e acione imediatamente o 193”, disse o CBMDF. Se a vítima não respirar, recomenda-se iniciar a reanimação cardiopulmonar (RCP) com compressões torácicas até a chegada do resgate. “Em casos de queimaduras, não se deve aplicar pomadas, apenas cobrir com pano limpo. Em cabos de alta tensão no chão, mantenha distância mínima de 10 metros. Não se aproxime nem permita que outros se aproximem. Em veículos atingidos por fiação, permaneça dentro até orientação das equipes; saia apenas em caso de incêndio, saltando com os dois pés juntos e afastando-se com passos curtos”, orientou.

Durante tempestades, medidas simples podem reduzir os riscos. Tirar aparelhos da tomada para se proteger contra raios, evitar banho no chuveiro elétrico, não usar eletrodomésticos e não passar roupas durante trovoadas é recomendado, especialmente em instalações sem aterramento ou dispositivo DR. “É importante não ficar descalço em áreas molhadas, manter distância de janelas e portas e, ao estar na rua, não se abrigar sob árvores, afastar-se de cabos caídos e procurar abrigo em edificações fechadas ou dentro de veículos com janelas fechadas”, explicou o CBMDF.

Para o Jornal de Brasília, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) informou que, até agosto deste ano, 19 pessoas foram internadas devido a efeitos da corrente elétrica, sem registro de óbitos. “No ano passado, foram 21 internações até o mesmo período, totalizando 33 casos ao longo do ano e um óbito. Crianças de 1 a 9 anos são as mais afetadas por acidentes com corrente elétrica no DF”, destacou a SES. A pasta reforçou que uma descarga elétrica pode causar queimaduras de diferentes graus, convulsões, desmaios, lesões nos nervos e na medula espinhal e até paralisia. “Nos casos mais graves, há risco de insuficiência renal, parada respiratória e cardiorrespiratória, e acidentes elétricos podem se somar a traumas secundários, como fraturas decorrentes de quedas durante choques”, acrescentou.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) recomendou algumas medidas para reduzir os riscos. “Não toque em fios soltos ou caídos no chão, que podem estar energizados, e evite o uso de aparelhos elétricos com as mãos ou pés molhados, preferindo calçados de borracha, que funcionam como isolantes”, reforçou a equipe. A orientação ainda inclui evitar o contato de água com tomadas e equipamentos elétricos, especialmente ao lavar garagens ou quintais. Em situações em que um poste cai sobre um carro, o ideal é permanecer dentro do veículo e não tocar nas partes metálicas, já que os pneus ajudam a isolar a eletricidade.

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